História
O Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) é uma instituição sem fins econômicos voltada à defesa fitossanitária e à pesquisa. Fundada por citricultores e indústrias em 1977, conseguiu ao longo de sua história estabelecer uma relação de cooperação entre a iniciativa privada e o Poder Público e tornou-se uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do mundo.
Atualmente desenvolve mais de 80 projetos sobre doenças e pragas em parceria com instituições nacionais e internacionais. Nas últimas décadas, desenvolveu pesquisas importantes como o genoma da Xylella fastidiosa (causadora da CVC), a síntese do feromônio do bicho furão, a identificação do greening e da morte súbita, entre outros trabalhos relevantes à citricultura.
Dividida nas áreas Administrativo-financeira, Científica e Técnica, a instituição atua em mais de 500 municípios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Seus profissionais dedicam-se à conscientização e educação fitossanitária, prestação de serviços e capacitação de produtores.
O perfil para a pesquisa começou a ser delineado em 1986, quando o Conselho Deliberativo aprovou a criação de um Departamento de Pesquisa para assessorar cientificamente as ações da instituição.
Participou ativamente, também em meados da década de 80, da idealização e viabilização de duas grandes campanhas, a Canecc (Campanha Nacional de Prevenção ao Cancro Cítrico) e a Ceprecc (Campanha Estadual de Prevenção ao Cancro Cítrico). No primeiro ano, mais de 10 mil citricultores receberam visita técnica e orientações sobre o manejo eficiente da doença.
A proposta de disseminar conhecimento e contribuir efetivamente para a sanidade dos pomares, garantindo competitividade ao setor, ganhou força em 1985, quando o Fundecitrus lançou seu primeiro jornal e inaugurou sede própria na cidade de Araraquara/SP. Três anos depois foi responsável pelo primeiro censo citrícola, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura com o objetivo de localizar e erradicar focos do cancro cítrico. Sessenta e seis milhões de plantas foram inspecionadas em dois anos.
Na década de 90 o Fundecitrus deu passos importantes em direção à sua consolidação como uma das principais instituições do setor no Brasil e no exterior. Lançou o Manejo Global na Citricultura, unindo duas tecnologias para manter a sanidade das plantas e reduzir custos de produção; foi credenciado pelo Ministério da Agricultura para a defesa fitossanitária; absorveu a estrutura da Procitrus (Fundação para o Desenvolvimento da Citricultura no Brasil), numa fusão que garantiu maior agilidade às pesquisas, e foi convidado a estender seus trabalhos para o Estado de Minas Gerais.
Entre os anos de 96 e 98 desenvolveu um método simples e barato para diagnosticar a CVC (Clorose Variegada dos Citros) por meio de microscopia óptica; financiou e coordenou as primeiras linhas de pesquisas sobre a pinta preta, criando um sistema de diagnóstico da doença em 12 horas, e conseguiu, com o apoio de outras instituições de pesquisas, isolar o feromônio sexual do bicho furão. O produto foi aprovado pelo Ministério da Agricultura e disponibilizado para o mercado em 2001 como uma ferramenta de baixo custo e alta eficiência no monitoramento e controle da praga.
Também no final da década de 90 participou do lançamento do projeto Genoma, com o objetivo de sequenciar a bactéria causadora da CVC. Seus pesquisadores conseguiram em 2001 obter um mutante da bactéria, abrindo novas perspectivas de ação contra o amarelinho. Um ano depois, o Fundecitrus coordenou um projeto que envolveu 32 pesquisadores e 15 instituições que resultou na comprovação científica de que a MSC (Morte Súbita dos Citros) é uma doença causada por um agente infeccioso e que pode ser transmitida. Também comprovou que os danos da doença podem ser reduzidos a partir da subenxertia.
O Fundecitrus teve papel fundamental também na identificação e definição das medidas de controle do greening, entre os anos de 2003 e 2005. Com o apoio dos governos estadual e federal, idealizou e executou campanha nacional de esclarecimento e conscientização, envolvendo comerciais de TV, folhetos explicativos, manuais e adesivos. Comprovou a transmissão da doença pelo psilídeo Diaphorina citri e que a incidência do greening pode diminuir em até 15% quando o manejo da doença é realizado de forma regional.
A instituição Fundecitrus sempre acreditou que nenhum conhecimento pode ser aplicado com eficiência se a informação não chegar ao campo de forma rápida e clara e desde o início dos anos 2000 investe no aprimoramento de seus canais de comunicação. A instituição oferece ao setor revista bimestral, manuais técnicos anuais, folhetos específicos sobre prevenção, campanhas publicitárias, biblioteca informatizada, palestras, encontros com representantes internacionais, site e linha direta gratuita por meio do 0800-110-2155.
São mais de três décadas solidificando uma instituição atenta às necessidades do mercado mundial, focada na produção sustentável, que seja rentável ao produtor, proteja o meio ambiente, gere empregos e favoreça as centenas de comunidades envolvidas neste importante agronegócio.