Levantamento
Cigarrinhas
As cigarrinhas são insetos sugadores que se alimentam em vários tecidos vegetais, principalmente no sistema vascular dos citros. Da ordem Hemíptera, elas se dividem em mais de 70 espécies, pertencentes a oito famílias distintas. A maioria habita a vegetação rasteira.
Em anos chuvosos, as cigarrinhas aparecem na primavera e, em anos secos, começam a surgir no início do verão. Embora algumas espécies possam sugar volumes significativos da seiva de plantas cítricas, essa alimentação tem pouco impacto econômico para a cultura.
As exceções são algumas espécies da subfamília Cicadellinae, consideradas pragas chaves por serem vetores da bactéria Xylella fastidiosa, que causa a Clorose Variegada dos Citros (CVC).
As cigarrinhas podem transmitir a bactéria em todas as fases de desenvolvimento e por toda o ciclo de vida, a partir do momento que adquirem a Xylella fastidiosa, mas a mais importante é a adulta. Doze espécies de cigarrinhas são comprovadamente capazes de transmitir a CVC.
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Dilobopterus costalimai
Alimenta-se de brotações e folhas novas. Os ovos, amarelados, são depositados dentro de folhas, ao longo das nervuras. Antes de atingir a fase adulta, passa por cinco estágios ninfais, com duração média de 65 dias. Mede cerca de 0,8 cm, apresenta linhas escuras na cabeça e os olhos são grandes e negros. Ocorre na Argentina, Brasil e Paraguai.
Acrogonia citrina
Localiza-se predominantemente na parte superior das folhas, preferindo as mais tenras e novas. Os ovos são alongados e dispostos lado a lado, em duas camadas. Geralmente são recobertos com cera pela fêmea. Ao saírem dos ovos, as ninfas são brancas, depois se tornam esverdeadas. Essa fase tem duração de 50 dias.
Mede cerca de 0,9 cm, tem barriga e pernas amarelas e asas marrons com nervuras verdes. É encontrada na Argentina e no Brasil.
Oncometopia facialis
Prefere ramos mais desenvolvidos, sendo encontrada com mais frequência em ramos eretos. Os ovos são depositados lado a lado, em uma única camada, e recobertos com cera pela fêmea. As ninfas são escuras ao nascerem e tem período de crescimento de 76 dias. Mede cerca de 1,1 cm, tem asas marrons, mesclando áreas transparentes e douradas, com uma mancha escura na parte posterior da cabeça. Tem ocorrência na Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Paraguai.
Bucephalogonia xanthophis
Essa cigarrinha tem importância especial porque é muito encontrada em pomares em formação e, provavelmente, é a maior responsável pela transmissão da CVC para mudas. Também está presente em plantas invasoras do pomar. Os ovos são translúcidos e depositados em pares. Mede, no máximo, 0,5 cm de comprimento, é esverdeada e a terminação de suas asas é transparente. Ocorre na Argentina e no Brasil.
Plesiommata corniculata
É uma espécie abundante, facilmente observada em gramíneas e em plantas cítricas. O tamanho varia entre 0,4 cm e 0,7 cm de comprimento, tem coloração palha, com nervuras marrons ou escuras nas asas. Está presente na Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Peru.
Macugonalia leucomelas
Prefere gramíneas, mas, eventualmente, pode ser vista em plantas cítricas. Apresenta grande diversidade de cores, com asas de coloração escura e manchas amarelas ou brancas.
Sonesimia grossa
Uma das maiores espécies de cigarrinhas, chegando a medir 1 cm de comprimento. Raramente é observada em plantas cítricas, vive em gramíneas. Tem coloração marrom e nervura clara nas asas.
Ferrariana trivittata
Ocorre abundantemente em vegetação rasteira, principalmente gramíneas. As asas têm faixas de cor azul e laranja. Corpo e pernas são esbranquiçados.
Homalodisca ignorata
Tem aparência semelhante à Oncometopia facialis. A diferenciação entre essas duas espécies se dá pela cor do corpo, a Homalodisca é creme e a Oncometopia é roxa.
Acrogonia virescens e Parathona gratiosa
As duas espécies vivem preferencialmente em plantas cítricas. A Acrogonia é verde e a Parathona tem uma mancha clara e arredondada nas asas, que também são cobertas de pintas amarelas.
Fingeriana dúbia
Ocorre em lavouras de citros e café dos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, mas em pequena quantidade nos cultivos de citros. Apresenta cabeça de coloração verde amarelada com uma mancha preta em forma de pi (π) invertido.
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