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Uso de antibióticos em plantas com greening na Flórida (EUA) não tem resultados conclusivos

Medida pode gerar riscos à saúde e ao meio ambiente

Em 2016, os citricultores da Flórida (EUA) receberam autorização para o uso dos antibióticos oxitetraciclina e estreptomicina em plantas de citros com greening com o objetivo de reduzir a concentração da bactéria que causa a doença nas árvores e de aumentar a sanidade e a produção dos pomares doentes. Testes iniciados em 2014, em casas de vegetação, embasaram a decisão. No entanto, após três anos de uso no campo, os resultados são inconclusivos e não permitem a comprovação da eficiência da alternativa.

Por serem compostos termo e fotossensíveis, a pulverização dos antibióticos nas folhas não apresentou o efeito esperado. A autorização de uso foi renovada por dois anos e novas técnicas para aplicação no tronco por injeção ou com laser estão sendo desenvolvidas e testadas, mas o custo é alto, podendo chegar a US$ 4 por planta. Além disso, há a preocupação de que resíduos dos antibióticos cheguem aos frutos e de que eles possam criar bactérias resistentes, causando assim danos à saúde humana e ao meio ambiente.

O diretor do Centro de Pesquisa e Educação em Citros da Universidade da Flórida (UF/CREC), Michael Rogers, diz que a instituição não tem uma recomendação oficial sobre os compostos. “Precisaríamos ver algum valor real para os produtores em termos de aumento da produtividade a curto ou a longo prazo. Isso é algo que não está disponível no momento”, afirma.

No Brasil, o uso de antibióticos para o controle do greening é proibido e, de acordo com o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, não há evidências que justifiquem testes. “Os resultados na Flórida indicam que não vale a pena testarmos”, opina. “Devemos manter o foco nas ações de manejo, que vêm garantindo bons resultados, como controle do psilídeo e redução de fontes de inóculo dentro e nos arredores das propriedades citrícolas”, justifica.