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Reunião na Secretaria Estadual de Agricultura aborda cancro cítrico e pomar abandonado

O Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, recebeu o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, nesta quarta-feira (20), para falar de parcerias, mudanças na legislação de controle do cancro cítrico e pomares abandonados.

Também participaram da reunião o coordenador das Câmaras Setoriais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), Alberto Amorim, o coordenador da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), Fernando Gomes Buchala, o coordenador substituto da da CDA, Mario Tomazella, e o gerente geral do Fundecitrus, Antonio Juliano Ayres.

O controle do cancro cítrico e a extinção dos pomares abandonados têm sido as maiores preocupações fitossanitárias do setor citrícola. Nos dois casos, as ações não dependem apenas do citricultor e necessitam de amparo legal dos governos estadual e federal.

"Não há propriedade no estado de São Paulo que não esteja ameaçada pelo cancro cítrico, mas a atual legislação impede a realização de pesquisa em campo e de extensão aos produtores. A incidência da doença, que está em escala crescente, impossibilita outra medida a não ser a mitigação do cancro", afirmou Monaco.

O secretário Arnaldo Jardim disse que está convencido de que deverá haver mudanças. "A posição da secretaria é ir por esse caminho definitiva e seriamente", afirmou. Segundo ele, há uma comissão técnica avaliando mudanças na lei de controle do cancro cítrico, mas há situações e procedimentos que precisam ser elaborados, como a questão da exportação de frutas fresca para outros estados e países.

Segundo o coordenador da CDA, o assunto está sendo discutido internamente na Coordenadoria e também negociada com o governo Federal. "Uma minuta técnica de mitigação foi desenvolvida com o auxílio do Fundecitrus e trabalhada dentro da CDA. Agora há necessidade de fazer um trabalho junto aos outros estados produtores do Brasil que estão resistentes às mudanças no controle do cancro", afirmou Buchala.

Para o gerente do Fundecitrus, há 20 anos não existia informações a respeito do cancro cítrico e isso era um complicador para as exportações, mas atualmente é possível manejar a doença e produzir frutos de qualidade. "Há exemplos na América do Sul de locais com cancro cítrico que exportam frutas, inclusive para a Europa. É possível resolver com certificação de sanidade de talhões ou propriedades. Os pomares que quiserem exportar devem seguir uma série de medidas de contenção da doença, além de passar por fiscalização", explicou Ayres.

O presidente do Fundecitrus também chamou a atenção para os pomares abandonados, um problema social e econômico, além de fitossanitário. "Essas áreas muitas vezes estão paradas, sem produzir, porque o produtor não tem condição de arrancar o pomar", disse Monaco.

Os pomares abandonados somam 2% do parque citrícola, o que representa cerca de 10 mil hectares e são fonte de pragas e insetos vetores de doenças, sobretudo o psilídeo, que transmite a bactéria do HLB (greening).