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Resistência do psilídeo é tema do Fundecitrus Podcast

A resistência do psilídeo foi tema do último episódio do Fundecitrus Podcast. O jornalista Rodrigo Brandão recebeu dois convidados para um bate-papo: e o engenheiro-agrônomo do Fundecitrus Guilherme Rodriguez e o pós-doutorando da Esalq-USP no Fundecitrus Fernando Amaral. O principal assunto discutido foi a resistência do psilídeo a alguns grupos químicos.

Durante a conversa, Fernando Amaral explicou que existe resistência do inseto aos piretroides e neonicotinoides, e que também é possível observar um processo inicial de resistência com os organofosforados. Além disso, Fernando também explicou que a resistência a inseticidas não é algo exclusivo da citricultura, e que ela acontece também em outras culturas. “Os primeiros casos de resistência foram reportados a mais de cem anos, e isso ocorre não somente na citricultura, mas em praticamente todas as culturas. Ela é uma característica genética da praga e, se nossa prática de manejo não for feita de maneira correta, a frequência dessa resistência vai subindo”, explicou.

Fernando também comentou que o que vem acontecendo com o psilídeo é uma resistência, e não tolerância aos produtos. “No caso do psilídeo, realmente é resistência. A resistência é uma característica genética, hereditária, a gente traz esses insetos para o laboratório e faz todos os testes de resistência, com metodologias validadas internacionalmente, e confirmamos que é resistência mesmo, e não tolerância”, elucidou.

Rodrigo perguntou aos convidados se é possível reverter a resistência observada no momento, e a resposta de ambos foi positiva. Guilherme contou de um experimento realizado em uma região no estado de São Paulo, em que os produtores, orientados pelo Fundecitrus, começaram a fazer a rotação dos produtos. “Trouxemos todos os produtores da região para uma sala, foi uma atitude em conjunto de realmente fazer a rotação, eles decidiram qual seriam os grupos químicos de cada período, e que isso seria feito por pelo menos seis meses. E a gente tem fazenda nessa região com redução de 90% da população de psilídeo depois de três ou quatro meses. Em contrapartida, uma propriedade que não entrou nesse pacto, continuava com 95 psilídeos de média por armadilha, uma quantidade enorme devido à manutenção do uso desses produtos com baixa eficiência no campo”, contou o agrônomo.

Outro ponto abordado por Guilherme foi o uso do caulim no combate ao psilídeo, um produto que pode ajudar na diminuição no número de psilídeos nas propriedades. “O caulim é uma excelente ferramenta para compor o manejo do greening, ele não é a solução para todos os nossos problemas, mas é uma ferramenta que vem para somar. Temos diversos experimentos, com até quatro anos de ensaios no campo, mostrando que ele reduz de 20% a 50% a população de psilídeo que chega nessa área tratada”, comentou.

A conversa completa você encontra no Fundecitrus Podcast, disponível no nosso canal do YouTube e nas principais plataformas de áudio. Acesse e ouça!

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