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Relatório de doenças 2021: análises sobre a incidência de greening, CVC e cancro cítrico no cinturão citrícola

Os dados do levantamento da incidência de greening, CVC e cancro cítrico realizado pelo Fundecitrus dão origem a um relatório completo publicado todos os anos com análises detalhadas sobre a situação e evolução das doenças.

O aumento do greening no cinturão citrícola, a alta incidência da doença em diversas regiões, com sérios danos já causados à produção, e a dificuldade de controle nos pomares jovens são alguns pontos importantes.

Confira abaixo o resumo sobre o greening

  • A incidência de greening continua aumentando no cinturão citrícola e atingiu seu maior patamar médio, com 22,37% das laranjeiras com sintomas da doença.
  • A doença só não aumentou nas regiões do Triângulo Mineiro, Votuporanga e Matão. Uma das explicações é que no extremo Norte e Noroeste o calor e o déficit hídrico são mais intensos que nas demais regiões, reduzindo a taxa de multiplicação e disseminação da bactéria e a reprodução do psilídeo. Na região de Matão o clima é favorável à bactéria e ao vetor, mas há predominância de grandes propriedades associado ao rigoroso manejo interno e externo da doença e do psilídeo.
  • Nas regiões onde a doença aumentou, além do clima ser favorável, uma das explicações é a alta densidade de pomares associada a um grande número de médias e pequenas propriedades próximas umas das outras. Em parte significativa dos pomares, árvores doentes em produção não estão sendo eliminadas, as pulverizações são pouco frequentes nas épocas de brotação e os inseticidas usados (principalmente do grupo dos piretróides) podem não estar promovendo controle eficiente do vetor.
  • É preciso considerar também que em 2020 o clima foi atípico, ou seja, mais quente e chuvoso em épocas em que normalmente prevalece o frio e com falta de chuvas no início da primavera. Isto favoreceu o surgimento e prevalência de brotações e a reprodução e dispersão do vetor, que atingiu população 80% maior que a observada em 2019.
  • Do total de 16,8 milhões de laranjeiras eliminadas em 2020, cerca de 8,5 milhões foram por causa do greening. Dessas plantas eliminadas com greening, 92% estavam nas regiões de maior incidência (Limeira, Brotas, Porto Ferreira, Duartina e Avaré), que representam mais de 50% das laranjeiras do cinturão citrícola. Nessas regiões, a taxa de queda prematura de frutas foi bastante significativa. Nas regiões de Limeira e Brotas, acima de 40% da queda total de frutas se deveu ao greening.
  • Outra questão relevante é que a grande quantidade de plantas doentes acima de 5 anos também tem dificultado o controle da doença em pomares jovens, pois com controle deficiente, o inseto se reproduz nas plantas doentes e dissemina a bactéria para as plantas sadias de talhões vizinhos. A preocupação é ainda maior porque 55,3% dos pomares em formação estão nas cinco regiões com maior incidência de greening.
  • Baseado na incidência atual de greening e na sua tendência nos últimos três anos, as regiões foram classificadas quanto ao risco de disseminação da doença para novos plantios em:
    • Baixo - Triângulo Mineiro e Votuporanga
    • Médio - São José do Rio Preto, Itapetininga e Matão
    • Médio a alto - Altinópolis e Bebedouro
    • Alto - Duartina e Avaré
    • Muito alto - Porto Ferreira, Brotas e Limeira.

 

  • Nas regiões de risco alto e muito alto, deve se evitar novos plantios, a não ser que a propriedade esteja isolada de outros pomares num raio de pelo menos 10 km ou que as propriedades vizinhas dentro deste raio estejam sendo rigorosas no manejo da doença e do vetor.
  • Em função deste cenário, a recomendação é intensificar as ações de controle dentro e ao redor das propriedades comerciais.
  • Dentro das propriedades: maior rigor no controle do psilídeo e na eliminação de plantas doentes. Manter plantas doentes aumenta a dependência pelo controle químico do psilídeo.
  • Ao redor das propriedades: maior rigor na substituição de plantas de citros e murta em quintais e controle do psilídeo e/ou eliminação de pomares mal manejados ou abandonados, que deverá ter respaldo com a nova legislação federal e estadual. Estas ações têm se mostrado efetivas e com grande relação benefício-custo: já levaram à diminuição do greening em fazendas em diversas regiões do cinturão citrícola, inclusive onde o clima é altamente favorável à doença.

 

CVC e cancro cítrico

Acesse o relatório para ler sobre as incidências: https://www.fundecitrus.com.br/pdf/levantamentos/Relatorio_levantamento_de_doencas_2021-greening_CVC_e_cancro_citrico.pdf