Região de Duartina tem uma das mais altas incidências de greening do cinturão citrícola de SP e MG
A doença mais destrutiva da citricultura mundial, o greening, afeta 22,67% das laranjeiras da região de Duartina (SP), de acordo com levantamento realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), divulgado no final de junho. A incidência é maior que os 16,73% verificados em todo o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro e a quarta mais alta dentre as 12 regiões que compõem o parque, atrás apenas de Limeira (39,48%), Brotas (36,80%) e Porto Ferreira (25,43%).
Apesar da estabilização nos últimos três anos, o índice de 16,73% de incidência de greening em SP e MG é considerado muito alto: são cerca de 32 milhões de árvores doentes.
O greening reduz a produtividade dos pomares e causa prejuízo aos produtores, pois provoca a queda prematura dos frutos, que, quando se desenvolvem, são pequenos, irregulares e de sabor amargo e ácido. Como a doença não tem cura, a erradicação da árvore é a única forma de impedir que ela funcione como fonte de contaminação de plantas saudáveis dentro do pomar.
Na região de Duartina, a forte presença do greening demonstra que o controle da doença precisa ser mais rigoroso. Dentre as demais medidas recomendadas estão o plantio de mudas sadias; o monitoramento do psilídeo (inseto transmissor da bactéria que causa a doença) e aplicações frequentes; o cuidado especial com as bordas do pomar (primeiros 100 a 200m), que são as portas de entrada do inseto; e a ação conjunta com produtores vizinhos, o que inclui o controle do psilídeo em plantas cítricas ou de murta nas proximidades do pomar (ranchos, chácaras, quintais, pomares abandonados etc.).
Para se ter ideia do poder de devastação do greening, a Flórida (EUA), segundo maior produtor de laranja no mundo, viu sua produção despencar em 100 milhões de caixas nos últimos 10 anos. Estima-se que 90% de suas plantas estejam doentes.
#unidoscontraogreening
O greening é considerado um problema econômico e social, já que a citricultura movimenta anualmente US$ 14 bilhões e gera 200 mil empregos diretos e indiretos (dados de estudo da Markestrat) em cerca de 350 municípios do cinturão.
É nesse contexto que está inserida a campanha #unidoscontraogreening, lançada oficialmente pelo Fundecitrus em junho. O objetivo é engajar toda a cadeia citrícola e também a sociedade no enfrentamento da doença.