Projeto de controle biológico de psilídeo é premiado no Congresso Brasileiro de Entomologia
Pesquisa é financiada pelo Fundecitrus, que também custeia projeto vencedor na categoria Manejo Integrado de Pragas
O projeto de liberação de Tamarixia radiata, desenvolvido na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ), com financiamento e apoio logístico do Fundecitrus recebeu primeiro lugar na categoria "Manejo Integrado de Pragas", no XXIV Congresso Brasileiro de Entomologia, realizado em Curitiba (PR), em setembro.
A tamarixia é inimiga natural do psilídeo Diaphorina citri, transmissor do greening. O projeto é de autoria do pós-graduando em entomologia Alexandre José Ferreira Diniz, orientado pelo professor José Roberto Postali Parra, e verificou a eficiência de liberações inoculativas de T. radiata, em pomares sob aplicação de inseticidas, e pomares sem manejo químico ou abandonados, sobre a redução da população do psilídeo.
Áreas de vinte municípios do estado de São Paulo receberam o parasitoide. A equipe de engenheiros agrônomos do Fundecitrus é responsável por fazer a soltura da tamarixia e fazer o monitoramento do parasitismo no campo.
De acordo com o professor Parra, os locais escolhidos para a liberação são aqueles onde há grande concentração de murta - planta hospedeira da bactéria do greening -, pomares abandonados e orgânicos. “São lugares com baixa utilização de produtos químicos e onde observamos um índice maior de sucesso no aumento da população, que se desloca facilmente no ambiente”, afirma. Nessas regiões são liberados de 60 a 100 mil parasitóides por mês, o que dá uma quantia de aproximadamente 400 insetos por hectare. Segundo o professor, o índice de parasitismo após a liberação variou entre 50% e 70%.
Manejo integrado de pragas
Outro projeto patrocinado pelo Fundecitrus recebeu o primeiro lugar na categoria Manejo integrado de pragas. Vitor Hugo Beloti, orientado pelo professor Pedro Yamamoto, apresentou a pesquisa Persistência de inseticidas recomendados para o controle de Diaphorina citri sobre o ectoparasitoide Tamarixia radiata. O estudo avaliou a persistência biológica de onze inseticidas recomendados para o controle do psilídeo sobre o parasitoide T. radiata. Para isso, adultos do parasitoide foram expostos em contato com resíduos dos inseticidas pulverizados sobre mudas de citros da variedade Valência.