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População de psilídeos aumenta até cinco vezes na região Sudoeste do Estado de São Paulo

Inseto é o transmissor do greening, pior doença da citricultura; monitoramento é realizado em 31 municípios

 

As áreas de manejo regional de Avaré e Santa Cruz do Rio Pardo registraram, nos meses de agosto e setembro, uma explosão na população de psilídeos Diaphorina citri, transmissor do greening, a pior doença da citricultura. Durante o bimestre, as armadilhas instaladas em 48 propriedades distribuídas em 31 municípios da região, coletaram 682 insetos. O número corresponde a 82% de todos os psilídeos encontrados desde novembro de 2011, quando foi iniciado o trabalho.

 

Por meio de uma parceria com os produtores de citros das duas regiões que fornecem o número de psilídeos capturados, o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) faz o monitoramento do inseto no Sudoeste Paulista, em uma área de aproximadamente 50 mil hectares. Os dados fornecidos pelos citricultores são processados e retornam em forma de um relatório mensal sobre a população do inseto na área. As informações ajudam na tomada de decisão sobre as ações de controle da praga, como pulverizações conjuntas entre as propriedades.

 

“Se não realizássemos esse levantamento, dificilmente saberíamos do aumento da presença do inseto nessa região”, afirma o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Pedreira de Miranda, um dos responsáveis pelo projeto.

 

De acordo com os dados fornecidos pelos produtores locais, foram encontrados, na região, 150 psilídeos, em agosto, e 532, em setembro. Nos municípios da região de Avaré, 193 insetos foram capturados, uma quantidade 179,7% maior do que o total de psilídeos identificados de novembro de 2011 a julho de 2012, que somavam apenas 69.

 

Nos pomares da região de Santa Cruz do Rio Pardo o aumento foi ainda maior. Em agosto e setembro, foram capturados 489 psilídeos, contra 75 achados nos oito meses anteriores, um aumento de 552%.

 

Por meio da área de manejo, o Fundecitrus estabelece um plano de monitoramento de D. citri em larga escala. O objetivo é avaliar a efetividade das aplicações conjuntas de defensivos realizadas por estes grupos sobre a população do psilídeo e determinar os momentos corretos para a pulverização.

 

Para Miranda, o aumento populacional do inseto aconteceu devido às intensas chuvas que ocorreram em junho, e, consequentemente, ao forte fluxo vegetativo apresentado entre final de julho e início de agosto. “Essa condição foi bastante favorável ao psilídeo, que coloca seus ovos apenas em brotações”, explica.

 

De acordo com o pesquisador, provavelmente haverá outro fluxo de brotações, entre novembro e dezembro, mas é possível evitar o aumento populacional do psilídeo. “É preciso inspeções constantes e a manutenção do trabalho conjunto dos citricultores para o monitoramento e controle do inseto”, orienta. 
 

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