Pesquisadores brasileiros e da Academia de Ciências Norte-Americana discutem as doenças
Seminário, promovido pelo Fundecitrus, teve como tema os avanços no manejo da podridão floral, pinta preta e greening
Cerca de 150 pessoas estiveram presentes no Seminário “Atualização sobre podridão floral, pinta preta e HLB (greening)”, no último dia 5, em Araraquara. O evento, promovido pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), reuniu pesquisadores brasileiros e da Academia de Ciência Norte-Americana para atualizar os produtores paulistas sobre as principais técnicas de manejo dessas doenças.
O tema central de discussão foi pinta preta e podridão floral, consideradas as doenças fúngicas de difícil controle e de alto custo da atualidade na citricultura paulista.
O pesquisador do Fundecitrus Geraldo Silva Junior abriu o evento, apresentando as principais estratégias de manejo da podridão floral, popularmente conhecida como estrelinha. A interação entre o fungo, a planta e o ambiente está sendo estudada, buscando esclarecer alguns pontos que são importantes para estabelecer medidas eficientes de controle.
A principal medida de controle é o uso de pulverizações com fungicidas durante o florescimento em condições favoráveis (altos índices pluviométricos). Além do controle químico, medidas alternativas que reduzem, antecipam ou uniformizam o florescimento, como o uso de irrigação, são importantes no manejo da doença. A adaptação do sistema de previsão da ocorrência da doença pra as diferentes regiões do Estado de São Paulo, com o objetivo de reduzir o número de pulverizações também é objeto de estudo no momento para buscar mais eficiência no manejo.
Eduardo Feichtenberger, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), de Sorocaba, falou sobre manejo e controle químico da pinta preta. Em ataques severos, a doença provoca a queda acentuada de frutos, reduzindo drasticamente a produção. Além disso a presença de sintomas nos frutos deprecia seu valor comercial para o mercado de fruta fresca e acarreta em restrições à exportação.
Entre as medidas de prevenção, destaca-se o uso de mudas sadias e de ambientes protegidos, a nutrição das plantas e a desinfestação de materiais e veículos que circulam na propriedade. Já o manejo baseia-se em quatro ações: controle do mato, uso de irrigação, antecipação da colheita e controle químico.
Para dar continuidade às discussões, o professor emérito da Universidade da Flórida, Lavern “Pete” Timmer, considerado um dos maiores especialistas em doenças cítricas do mundo, falou sobre trabalhos de pesquisa realizados nos Estados Unidos e no Brasil, destacando o sistema de previsão para a podridão floral usado na Flórida.
Timmer ressaltou que a técnica vem dando bons resultados para os americanos e precisa ser adaptada às condições brasileiras. Para realizar esse trabalho, o Fundecitrus e a Esalq/USP atuam em conjunto.
Ao final do evento, Timmer e o francês Joseph Bové, ambos integrantes da Academia de Ciências Norte-Americana, discutiram as estratégias de manejo para o greening.
Na discussão, ambos ressaltaram a necessidade da adoção e intensificação do manejo integrado por todos os citricultores a curto prazo. Bové destacou ainda que os citricultores precisam se manter confiantes, pois, o manejo feito com rigor funciona e, a médio ou longo prazo, possivelmente estarão disponíveis plantas geneticamente modificadas, resistentes à doença ou repelentes ao inseto vetor.
Enquanto isso, os produtores devem adotar as técnicas de combate ao greening: uso de mudas sadias e certificadas, controle do psilídeo feito em conjunto com os vizinhos, inspeção e erradicação de plantas doentes. O Fundecitrus apoia a integração dos citricultores em grupos para o o manejo regional do greening em todo o parque citrícola. Para acesso as palestras, acesse www.fundecitrus.com.br.