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Período crítico para o controle do psilídeo exige ação do citricultor

Alta população do inseto registrada no Alerta Fitossanitário coloca todas as regiões do parque citrícola em risco extremo

O cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro registrou alta significativa na média de psilídeo capturado por armadilhas na primeira quinzena de agosto no comparativo com a quinzena anterior e com o mesmo período de 2022. Considerando todas as regiões do parque citrícola, houve um crescimento médio de 80,4% na captura de insetos na última quinzena em relação à anterior. No comparativo com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 53,2%. O aumento da população do inseto classifica todas as regiões do cinturão citrícola como “risco extremo” em todo o parque pelos próximos 15 dias.

Além do fluxo vegetativo abundante e do clima favorável, a resistência do psilídeo a inseticidas dos grupos dos piretroides e neonicotinoides é fator preponderante para a compreensão da situação extrema. “Historicamente, esse período do ano é de intensa captura. Porém, estamos vendo, neste momento, os números saltarem pelo agravante da resistência do psilídeo a duas moléculas utilizadas com frequência e o aumento dos índices vegetativos dos pomares que estão acima dos observados no ano anterior em quase todo o período de 2023”, diz o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Miranda.

De acordo com o pesquisador, o cenário reforça, mais uma vez, a necessidade de colocar em práticas as orientações repassadas pelo Fundecitrus. “No momento da pulverização, o citricultor precisa fazer a escolha de produtos eficazes, rotacionar os modos de ação, trabalhar com frequência adequada e redobrar o cuidado na qualidade da aplicação”, detalha. Os dados fazem parte do Alerta Fitossanitário, ferramenta do Fundecitrus que auxilia os citricultores no manejo regional do greening. O relatório quinzenal também faz comparativo com a média de captura registrada em 2022. Desde a primeira quinzena de abril deste ano, a média de captura de psilídeo vem sendo superior a observada no ano passado.

Regiões

Na região de Araraquara, por exemplo, o índice subiu de 0.74 para 2,26 psilídeos capturados por armadilha, um crescimento de 213% de uma quinzena para a outra. Outra região que apresentou aumento significativo na médica de captura foi Casa Branca, que saiu de 0,92 para 4,58 psilídeos capturados por armadilha, um aumento de 400%. A região de Lins também mostrou crescimento, subindo de 0,50 para 1,62, o que representa 225% de aumento. Crescimentos populacionais de psilídeos também foram observados nas regiões de Avaré, Santa Cruz do Rio Pardo, Bebedouro, Frutal, Itapetininga, Novo Horizonte, Franca, Limeira, São José do Rio Preto, Brotas e Jales.

Outros fatores

O aumento médio de captura de insetos está relacionado a fatores climáticos que favorecem no crescimento da população. Neste período do ano, também, tem se observado maior fluxo vegetativo dos pomares. De acordo com dados do Alerta Fitossanitário, a primeira quinzena de agosto registrou o maior pico vegetativo do ano, com 36,8% das plantas com brotos jovens.

Monitoramento

Além dos cuidados envolvendo produtos, rotação, frequência e qualidade de aplicação, outra medida de extrema importância é a auditoria nos pomares. “É preciso conferir se as aplicações estão sendo executadas de maneira correta, se a cobertura de pulverização está acima de 30%, pincipalmente na parte superior de plantas com alturas acima de 5 metros.

A inspeção das plantas para a detecção de psilídeos adultos e ninfas também deve ser um cuidado na rotina da propriedade, pois a presença indicará falhas no controle e necessidade de nova aplicação”, orienta o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi. Ações de manejo regionalizadas envolvendo citricultores vizinhos também são essenciais e podem impactar diretamente na queda de captura de psilídeos quando feitas de forma correta e conjunta.