Novos casos de Morte Súbita dos Citros na região Norte e Noroeste
Citricultores devem estar atentos para identificar a doença
Produtores da região Norte e Noroeste de São Paulo e do sul do Triângulo Mineiro devem ficar alertas e redobrar cuidados com a Morte Súbita dos Citros (MSC). A equipe do Fundecitrus encontrou casos da doença nos municípios de Palestina, Álvares Florence, Parisi e Mirassolandia.
Segundo o pesquisador do Fundecitrus Renato Beozzo Bassanezi, o inverno mais seco somado à alta carga produtiva das plantas este ano tornaram os sintomas da MSC mais evidentes, facilitando a identificação da doença nos pomares. “É preciso entender que a doença sempre esteve presente, mas, com a chegada do greening, os produtores mudaram seu foco e a deixaram de lado”, explica.
A presença da MSC está restrita às regiões com maior estresse hídrico e temperatura mais alta. Os sintomas ficam mais claros com o início das estações chuvosas.
Geralmente, as folhas têm uma perda generalizada do brilho, que ficam com um verde mais pálido. Elas murcham e a planta apresenta uma desfolha, que pode ser drástica em alguns casos.
O sintoma que confirma a ocorrência da MSC é a coloração amarelada nos tecidos internos da casca do porta-enxerto na região do floema, contrastando com os tecidos da casca da copa, que são brancos.
Os frutos, após os sintomas iniciais, podem murchar e morrer, ficando presos na árvore seca. As raízes, por sua vez, não apresentam radicelas e apodrecem da ponta para a base.
“A principal recomendação é não utilizar os porta-enxertos suscetíveis e, em talhões jovens, fazer a subenxertia”, afirma o engenheiro agrônomo do Fundecitrus na região, Odair Crepaldi.
Em caso de suspeita da doença, o citricultor pode contar com o apoio da equipe do Fundecitrus, apta para identificar a MSC nos pomares. Basta entrar em contato com a instituição pelo telefone 0800 112155.
A doença
A Morte Súbita dos Citros é uma doença séria, mas tem solução. Basta realizar a troca de porta-enxertos suscetíveis por tolerantes, como o citrumelo Swingle, tangerinas Cleópatra e Sunki e Poncirus trifoliata.
Em novos plantios, a recomendação é utilizar os diferentes porta-enxertos tolerantes e, em casos de talhões jovens, pode ser feita a subenxertia – técnica que substitui o porta-enxerto original e cria um sistema radicular suplementar para alimentar a planta doente.
A escolha da variedade de porta-enxerto deve considerar a localização da propriedade, a compatibilidade com a variedade em que será feita a subenxertia e a incidência de outras doenças.
A técnica reduz o progresso da severidade dos sintomas e a morte de plantas, mas nem sempre recupera a produtividade da árvore. O tempo de recuperação varia entre um e dois anos.
A melhor época para realizar a subenxertia é no período chuvoso e a técnica tem melhores resultados em plantas com sintomas iniciais, com menos de seis anos e em boas condições sanitárias.
Como os porta-enxertos tolerantes à MSC são intolerantes ao déficit hídrico presente na região de ocorrência da doença é fundamental que estes pomares sejam irrigados para serem produtivos.
Atualmente, experimentos buscam porta-enxertos tolerantes à MSC e ao déficit hídrico estão em andamento com resultados promissores.