Nova queda na safra de laranja da Flórida e dificuldade de se encontrar uma cura para o greening são alertas para o Brasil no combate à doença
A nova estimativa da safra de laranja 2021/22 da Flórida (EUA), divulgada em 9 de fevereiro pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), é reduzida novamente. A projeção é de 43,5 milhões de caixas, 1 milhão a menos em relação à última divulgação, de janeiro – confira o relatório completo: https://www.nass.usda.gov/Statistics_by_State/Florida/Publications/Citrus/Citrus_Forecast/2021-22/cit0222.pdf.
Este impacto na safra é referente à variedade Valência a ser colhida, que foi reduzida em 4%, para 26 milhões de caixas. A previsão para as demais variedades permaneceu inalterada, em 17,5 milhões de caixas. A queda de frutos total prevista é de 34,6%.
Se a previsão se concretizar, a produção de laranja da Flórida será 18% menor que a safra passada. Esses dados configuram a menor produção desde a identificação do greening no estado, em 2005 – com exceção da safra 2017/18, de 45 milhões de caixas, que foi afetada pelo furacão Irma.
Para o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, este cenário enfrentado pela Flórida é um alerta para o Brasil. “Os impactos do greening são gritantes e evidentes na região, que já foi a maior produtora de laranja e suco do mundo. E mesmo que, durante anos, o foco tenha sido encontrar a cura para as plantas doentes, as pesquisas neste sentido ainda não têm um resultado promissor”, completa.
Recentemente, a Citrus Research and Development Foundation (Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Cítrico) divulgou que continuam distantes de encontrar uma solução para a doença e traçaram as prioridades para a continuidade do desenvolvimento das pesquisas – saiba mais: https://citrusindustry.net/2022/02/07/hlb-the-path-forward/.
“Este é mais um indicativo para que os citricultores brasileiros continuem apostando em um completo pacote de manejo contra o greening, com rigoroso controle do psilídeo e da doença”, destaca Bassanezi.
Além disso, outros estudos realizados por pesquisadores dos Estados Unidos na Flórida e no Texas demonstraram que o controle preventivo da doença é mais vantajoso economicamente que os custos envolvidos para a atenuação de sintomas ou tentativa de cura e manutenção da produção quando se convive com a doença – confira os estudos completos: https://doi.org/10.22004/ag.econ.313310 e https://doi.org/10.22004/ag.econ.313310.
“Todos esses pontos são importantes para orientar as medidas adotadas pelo Brasil no combate à doença”, finaliza Bassanezi.