Greening atinge 6,9% das árvores dos pomares paulistas
Número de plantas infectadas aumentou 82,8% em relação a 2011; talhões contaminados chegam a 64%
O parque citrícola paulista apresenta 6,91% das árvores com greening, considerada a pior doença da citricultura. Os dados são do levantamento amostral realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) em 2012. O número representa um aumento de 82,8% em relação a 2011, quando 3,78% das plantas estavam com os sintomas da doença.
De acordo com o levantamento do Fundecitrus, 64,1% dos talhões têm, ao menos, uma planta com greening, o que significa uma expansão de 20% da doença nos pomares, em relação ao ano de 2011.
O levantamento amostral de greening foi realizado por 80 inspetores, que percorreram 3.371 talhões, inspecionando 10% das árvores de cada. Os dados são tabulados sob a coordenação do Prof. Dr. Jose Carlos Barbosa, do Departamento de Ciências Exatas da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal.
A região mais afetada pelo greening é a Leste, com 14,8% de árvores doentes, seguida pelo Centro com 9,89%. A região Norte apresentou 1,78% de plantas contaminadas, a Oeste, 1,35%, a Sul, 0,85% e a Noroeste, 0,28%.
Entre as regiões, a Leste foi a que apresentou maior aumento no número de plantas sintomáticas, com um salto de 7,15%, em 2011, para 14,81%, em 2012.
Desde o ano passado, mais da metade dos talhões do Estado de São Paulo têm pelo menos uma planta infectada com greening. Do total, 35,9% dos talhões não têm a doença. Dos 64,1% que estão contaminados, 21,2% apresentam até 2% das árvores doentes, índice considerado baixo. “Em 57,2% dos talhões não há a doença ou ela está em níveis muito baixos. Esse é o número que devemos manter, para a manutenção da sanidade do parque citrícola no futuro”, afirma o pesquisador do Fundecitrus José Belasque Junior.
De acordo com o especialista, o aumento linear de talhões com greening era previsto desde o surgimento da doença, em 2004, devido ao fato do greening não ter cura. “O citricultor precisa fazer o controle adequado da doença. O pacote tecnológico para o greening - composto pelo plantio de mudas sadias, controle do inseto vetor e inspeção e eliminação das plantas doentes, funciona e equivale apenas de 5% a 10% do custo de produção de uma caixa”, observa.
A ação mais importante é a remoção das plantas doentes. “Se mantidas nos pomares, servem de fonte para a contaminação de plantas sadias”, afirma Belasque. A adoção de controle do inseto vetor, por meio de pulverizações, também é fundamental, mas não pode ser adotada isoladamente. “Somente as aplicações de inseticidas não são suficientes para impedir o crescimento da doença, uma vez que não é possível zerar a população do psilídeo”, afirma.