Fundecitrus repudia matérias que dizem que produtividade de SP e MG devem ser reduzidas em 60% nos próximos 5 anos
Informação não procede, nem jamais foi cedida pela instituição
O Fundo de Defesa da Citricultura - Fundecitrus vem, por meio deste comunicado ao setor citrícola brasileiro, informar que repudia a matéria “La propagación del citrus greening en Brasil reduciría los rendimentos en 60% en los próximos 5 años” (“A disseminação do greening no Brasil reduziria a produtividade em 60% nos próximos 5 anos”, em tradução livre), publicada pelo portal chileno Simfruit no dia 14/11/2023.
Na mesma data, o portal espanhol FreshPlaza embasou a matéria “El avance del ‘greening’ en Brasil reduciría los rendimentos en 60% en los próximos 5 años” (“O avanço do ‘greening’ no Brasil reduziria a produtividade em 60% nos próximos 5 anos”, também em tradução livre) na publicação do Simfruit.
Essa informação – redução de 60% na produtividade do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais em função do greening – não procede, nem jamais foi cedida pelo Fundecitrus. A instituição já notificou ambos os veículos para que façam a reparação.
Sequência de erros
A matéria do Simfruit se refere à Reuters como fonte da informação inverídica. Mas a Reuters jamais fez tal afirmação. No dia 06/09/2023, a Reuters publicou a matéria “ESPECIAL - Greening se espalha nos laranjais do Brasil, ameaça safras futuras e vitamina preços”.
Em momento algum o texto da Reuters menciona o que a Simfruit diz que a Reuters mencionou. De maneira correta, a matéria diz que “um laranjal infectado pelo greening, que é causado por uma bactéria transmitida pelo inseto psilídeo, sofre drástica queda de produtividade, que pode ser 60% menor em relação a uma árvore sadia, segundo pesquisas da instituição de pesquisa Fundecitrus”.
Se de fato todas as plantas de determinada amostragem – um talhão, um pomar, uma região – estiverem com greening, considerando os dados de estudos avaliando o progresso da doença em plantas já infectadas, a produtividade tende a ser reduzida, em média, em 60% em cinco anos.
Acontece que no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, 125,66 milhões de laranjeiras são sadias, de modo que a conclusão dos portais Simfruit e FreshPlaza são tão irreais quanto irresponsáveis.
Inclusive, a matéria da Reuters, abordando um modelo matemático de autoria do Grupo de Consultores em Citrus (Gconci) e da consultoria Agriplanning, diz que em cinco anos a queda na produção seria de 12%, e não de 60%.