Fundecitrus Podcast fala sobre a influência do clima na população de psilídeo

A edição 54 do Fundecitrus Podcast falou sobre como a variação do clima impacta o desenvolvimento de brotações, principal fonte de alimento do psilídeo, e a incidência do inseto nos pomares. Para se aprofundar no tema, o pesquisador e consultor do Fundecitrus, Silvio Lopes, e o autor do estudo, o engenheiro-agrônomo e ex-aluno do MasterCitrus – Programa de Mestrado Profissional em Fitossanidade dos Citros —, Orlando Lucato Neto.
Durante a conversa, Silvio destacou como o clima impacta os três componentes da doença greening: a planta cítrica, o inseto vetor (psilídeo) e a bactéria causadora. “O clima altera os padrões de brotação da planta cítrica, com períodos de crescimento mais intensos e outros de dormência, dependendo da região. Além disso, ele influencia a biologia do inseto: temperaturas mais frias retardam seu ciclo de vida, reduzindo a taxa de reprodução. A bactéria, por sua vez, não se multiplica bem em extremos de temperatura.”
O pesquisador explicou que, no ano passado, a disseminação da doença foi menor do que o esperado devido à seca intensa e ondas prolongadas de calor. “Isso afetou a bactéria e a taxa de aquisição pelo psilídeo, resultando em uma incidência menor do que o previsto”, afirmou.
Orlando explicou que a pesquisa foi conduzida em três regiões do cinturão – norte, centro e sul – para avaliar o crescimento dos brotos cítricos e a interação com o psilídeo. “A cada 21 dias, levávamos mudas sadias para esses locais e realizávamos podas para estimular a brotação, que era monitorada semanalmente”, explicou.
Ele também detalhou como o crescimento dos brotos foi medido e a relação com o inseto vetor. “O psilídeo prefere se alimentar e se reproduzir em brotos nos estágios V1 a V3, principalmente no V2. Em cada local, quando os brotos chegavam nesse ponto, colocávamos dois casais de psilídeos por uma semana e depois avaliávamos quantos descendentes surgiram”. O estudo revelou diferenças significativas entre as regiões, ajudando a entender melhor a dinâmica da doença e sua disseminação.
Você pode conferir essa e outras edições do Fundecitrus Podcast acessando o canal do Fundecitrus no Youtube e também nas principais plataformas de áudio.