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Fundecitrus orienta para a substituição de fungicida rejeitado pelos EUA

O Fundecitrus orienta os citricultores a suspenderem o uso dos fungicidas carbedazim e o  tiofanato-metílico, que eram usados, principalmente, para o combate das doenças pinta preta e podridão floral, substituindo-o por outros produtos, como os à base de cobre e as estrobilurinas, além de reforçar as medidas de manejo do pomar.

 

A preocupação com os insumos agrícolas tem sido prioridade no Fundecitrus. Por esse motivo, a entidade criou, em 2001, um Comitê Técnico que acompanha os produtos usados na citricultura e, com base nas exigências do mercado consumidor, estabelece a lista de defensivos PIC (Produção Integrada de Citros), voltada aos produtos de exportação.

 

O Comitê Técnico do Fundecitrus é composto por representantes do setor produtivo, pesquisadores e técnicos do Fundecitrus. Seu papel é permanente no trabalho de identificar os melhores produtos, os níveis de resíduos aceitos pelo mercado respeitando a legislação fitossanitária do Brasil.

 

O Comitê foi convocado extraordinariamente para apreciar a exigência dos Estados Unidos, onde o princípio ativo não tem registro para citros, embora seja usado em outras culturas.

 

Após intensa apreciação dos produtos que se transformam em carbedazim, o Comitê Técnico, mesmo reconhecendo que o produto é permitido na legislação brasileira, tomou a decisão de excluir o carbedazim e o  tiofanato-metílico da lista PIC. Essa medida pode ser tomada pela existência de produtos e técnicas alternativas que possam substituir os dois produtos.

 

Para reduzir impacto da mudança a instituição irá reforçar junto ao produtor as orientações de estratégias de manejo envolvendo tratos culturais e tecnologias de aplicação de produtos, por meio de palestras, materiais de conscientização e atendimento de engenheiros nas propriedades, com o intuito de preparar o produtor para a próxima safra.

 

A retirada do carbendazim do pomar não deve afetar significativamente o manejo este ano, pois a safra está no fim e a maioria das aplicações já foi realizada. As próximas pulverizações com fungicidas deverão ocorrer dentro das mudanças propostas.

 

O desafio da suspensão do carbendazim deve ser olhado como oportunidade para demostrar a qualidade e a competência do setor produtivo. Para um agronegócio que depende da competitividade na exportação temos que ter a consciência de que o mercado seleciona seu fornecedor. A exclusão de produtos químicos é comum na citricultura e todas as demais culturas passam por esse processo. Outros já foram banidos da produção de citros anteriormente, sendo substituídos por compostos mais eficientes ou para cumprir exigências sanitárias e de mercado. Temos que cuidar de manter nosso produto competitivo e de qualidade. Características que nos levaram a maior exportador de suco concentrado.

 

O Fundecitrus, em conjunto com instituições parceiras, mantém 16 projetos de pesquisa sobre podridão floral e pinta preta. Os trabalhos são direcionados para a melhoria do manejo; melhoria da tecnologia de aplicação com o objetivo de redução de custos e impactos do controle, por meio da diminuição do produto e da água utilizada; além de estudos de monitoramento da resistência a fungicidas e métodos alternativos, como os controles cultural e biológico.

 

Desde 2008, a busca por novos compostos químicos para o controle foi intensificada com objetivo de selecionar produtos mais eficientes para o controle das duas doenças. Dois compostos estão em fase final de teste no campo e devem chegar ao mercado até 2014, após a obtenção de registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

 

Outra pesquisa, desenvolvida em conjunto com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), busca a adaptação de um sistema de previsão para a aplicação de fungicidas no controle da podridão floral, baseada nas condições climáticas, que foi desenvolvido na Flórida. O objetivo é adequar o sistema às condições paulistas e evitar pulverizações desnecessárias, reduzindo custos e número de aplicações, garantindo a sustentabilidade do negócio citrícola.

 


Lourival Carmo Monaco
Presidente do Fundecitrus

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