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Excesso de chuvas preocupa citricultores

Clima favorece brotações e a reprodução do psilídeo, transmissor do greening.

As fortes chuvas no final do ano passado e início desse ano são um sinal de alerta para os citricultores, pois elas mudaram o comportamento do psílideo Diaphorina citri, transmissor da bactéria que causa o greening. Em vez de a população do inseto crescer nos meses de dezembro e janeiro, ele está aparecendo mais tarde nos pomares, especialmente no início deste outono. Por isso, o cuidado deve ser redobrado.

Calor, umidade e chuvas aumentam as brotações fora de época e criam o ambiente propício para a reprodução do inseto. Apesar de pequeno, em média 2 a 3 mm, ele provoca grandes estragos. Quando o psilídeo se alimenta de plantas doentes, ele adquire a bactéria e transmite-a até o final de sua vida para plantas sadias. 

O pesquisador do Fundecitrus Pedro Yamamoto alerta que é hora de intensificar o monitoramento nas propriedades. “As inspeções devem ser constantes e, assim que detectado o inseto, o controle deve ser realizado”, diz. 

O ideal é monitorar os pomares, semanalmente, sempre com atenção e cuidado. Armadilhas adesivas amarelas ou verdes devem ser colocadas nas bordas das propriedades e distribuídas a cada 100 metros pelo menos. É importante procurar pelo inseto em todos seus estágios de desenvolvimento: ovos, ninfas e adultos. Conhecimento e ações efetivas são fundamentais para a manutenção da sanidade dos pomares.



Como controlar o inseto?
Algumas ações podem contribuir para o controle do inseto no pomar. As principais são as armadilhas adesivas verdes ou amarelas, colocadas nas bordas das propriedades e talhões distribuídas a cada 100 metros.

As inspeções são fundamentais para encontrar os insetos. Os adultos costumam ficar na face inferior da folha. Caso haja brotações, é necessário checar a existência de ovos e ninfas, local onde os ovos são postos e as ninfas se desenvolvem. O ideal é fazer inspeções semanais e monitorar 1% das plantas de cada talhão, analisando, pelo menos, três brotações de cada planta.

Caso o citricultor encontre o inseto, é necessário fazer a pulverização com inseticidas de contato. Os produtos químicos usados devem ser trocados de tempos em tempos para evitar o aparecimento de psilídeos resistentes.


O Fundecitrus
Em 33 anos de existência, o Fundecitrus é mundialmente reconhecido como um exemplo de competência em suas ações voltadas à sanidade dos pomares combatendo as doenças cítricas, como na condução e realização de pesquisas. A atuação do Fundecitrus permitiu que 99% dos pomares não apresentassem sintomas de cancro cítrico durante os últimos dez anos. Estima-se que a política de combate à doença evitou que gastos equivalentes a R$ 300 milhões.
Foi graças ao Fundecitrus também que duas doenças até então desconhecidas que poderiam inviabilizar a citricultura brasileira – CVC (Clorose Variegada dos Citros) e MSC (Morte Súbita dos Citros) – pudessem ser controladas. Por meio de monitoramento rigoroso e trabalhos de pesquisas feitos em seus laboratórios ou por parceiros, com financiamento da instituição, é que se consegui não só controlar as doenças, como também ainda permitir que a citricultura fosse competitiva.

O Fundecitrus mudou sua estratégia de atuação no estado de São Paulo. As mudanças adotadas buscam um maior enfoque na conscientização e educação fitossanitária, prestação de serviços e capacitação de produtores. Na área de pesquisa, o Fundecitrus ampliará o desenvolvimento de conhecimento, a difusão e a incorporação de tecnologias. Na área técnica, as visitas de agrônomos às propriedades, palestras, cursos e treinamentos serão intensificados.
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