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Estudo reforça a importância do bom manejo do psilídeo nos pomares

Um estudo realizado por Francisco Felipe de Lima Paulo, ex-aluno do MasterCitrus, reforçou a importância dos cuidados no controle do psilídeo para o manejo do greening. O trabalho traz dados sobre a influência do intervalo entre aplicações de inseticidas, da rotação de produtos com diferentes modos de ação e da população externa de psilídeos na ocorrência de ovos e ninfas dentro do pomar. O estudo fez parte da defesa de mestrado de Francisco, que teve como orientador o pesquisador Renato Bassanezi e coorientador o pesquisador Marcelo Miranda.

Francisco explica que, para a elaboração do estudo, três fatores foram observados. “O primeiro fator foi o intervalo entre as aplicações de inseticidas. Consideramos três intervalos, sendo eles: intervalo de sete dias, ou seja, produtores que fazem as aplicações semanalmente; intervalos de 15 dias; e acima de 28 dias”, explica.

No segundo fator, Francisco observou a rotação dos inseticidas nos pomares, fator fundamental com a presença de resistência do psilídeo a alguns grupos químicos de inseticidas. Para isso, as rotações foram divididas em dois grupos: adequadas e inadequadas. “Na adequada, temos aquele produtor que faz uma aplicação não consecutiva de no mínimo três inseticidas com modos de ação diferentes. Já na inadequada, temos o produtor que utiliza menos de três modos de ação, ou mesmo aquele que, utilizando três modos de ação, faz aplicações consecutivas do mesmo modo de ação”, diz Francisco.

Por fim, no terceiro fator, foi avaliado o efeito da população de psilídeos em propriedades vizinhas, denominada como população externa. “Dessa forma, avaliamos a associação do intervalo de aplicação, da rotação e da população externa de psilídeos sobre a ocorrência de ovo e ninfas do vetor nos brotos do pomar”, finaliza Francisco.

 

Conclusão do estudo

A conclusão do estudo trouxe dados robustos e que corroboram com a atenção que o citricultor precisa ter no manejo do inseto. “O primeiro fator mostrou uma associação positiva frente aos preditores e variáveis. Isso significa que quanto maior foi o intervalo entre as aplicações de inseticidas, maiores foram as ocorrências de ovos e ninfas dentro da propriedade”, afirma Francisco.

O segundo fator, que tratou da rotação dos inseticidas nos pomares, concluiu que menos ovos e ninfas eram encontrados nos pomares quando o citricultor fazia a rotação de maneira correta. “O produtor que não se atenta para a rotação adequada seleciona psilídeos resistentes e, consequentemente, aumenta a ocorrência de ovos e ninfas no seu pomar, e o mesmo acontece de maneira inversa, quando a rotação tem qualidade, menos ovos e ninfas são encontrados”, explica.

Quanto à população externa de psilídeos, terceiro fator estudado, houve uma relação positiva entre essa população e o número de ovos e ninfas. Francisco, no entanto, explica que a diferença foi mais significativa em ninfas de até terceiro ínstar. “Quanto maior era o nível da população em propriedades vizinhas, maiores foram as ocorrências de ovos dentro do pomar. O mesmo acontece com ninfas pequenas e médias de 1º ao 3º ínstar. No entanto, não houve diferença com relação às ninfas grandes de 4º e 5º ínstar. Isso é um resultado importante, pois demonstra que se o produtor faz um manejo correto, com aplicação adequada, independente da situação dos seus vizinhos, ele consegue fazer o controle e quebrar o ciclo de desenvolvimento do psilídeo, não permitindo que ele chegue à fase de ninfas grandes e, consequentemente, à fase adulta, evitando a disseminação da doença dentro do pomar”, afirma.

 

A importância do estudo

O citricultor já sabia, devido à existência de muitos outros trabalhos, que o intervalo curto de aplicação e a rotação adequada de inseticidas eram fatores fundamentais no controle do psilídeo. No entanto, o estudo de Francisco traz dados numéricos quando à relação desses fatores. “Foram avaliadas 58 propriedades comerciais em 27 municípios de todo o cinturão citrícola, o que permitiu criar modelos de prospecção que ajudam o produtor a saber como e quanto atuar, e qual o seu principal alvo, já que o trabalho demonstra que a presença de ninfas de 4º e 5º ínstar é um indicativo de mal manejo do psilídeo dentro da propriedade”, conclui Francisco.

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