Encontro sobre manejo regional de greening reúne citricultores e consultores, em Avaré
Cerca de 80 pessoas participaram do encontro que também tratou sobre a retirada do carbendazim dos pomares de citros
Cerca de 80 pessoas, entre citricultores e consultores, participaram do encontro promovido pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em Avaré, para tratar do manejo regional de greening e da retirada do fungicida carbendazim dos pomares de citros, na quarta-feira (4).
O evento faz parte dos programas de conscientização e de grupos de manejo regional, desenvolvidos pelo Fundecitrus para garantir a sanidade dos pomares do parque citrícola.
Um dos pontos altos do encontro foi a apresentação dos resultados do manejo regional de greening, feito em conjunto por 19 propriedades da região, que se juntaram para monitorar a presença do psilídeo transmissor da doença e para fazer a pulverização conjunta.
De acordo com o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Pedreira de Miranda, a realização do controle em todos os pomares ao mesmo tempo reduz a população do psilídeo na região, diminuindo as chances de reinfestação e garantindo maior tempo de controle, o que se reverte em menos aplicações e gera economia e diminuição de impactos ao meio ambiente.
Os citricultores do grupo de manejo regional fazem o monitoramento da presença do psilídeo por meio de cartões adesivos que atraem e capturam o inseto. As armadilhas são colocadas nas plantas de citros a uma distância de 500 metros uma da outra e georeferenciadas.
A quantidade de psilídeo encontrada e os locais são enviados ao Fundecitrus que, com estas informaçõespretende criar um sistema de alerta para direcionar a época correta de aplicação dos inseticidas.
Além de Avaré, um grupo de 12 fazendas da região de Santa Cruz do Rio Pardo desenvolve o trabalho de manejo conjunto.
De acordo com dados do Fundecitrus, as duas regiões apresentam uma população de psilídeo até 92 vezes menor do que em outras partes do Estado. “Ainda é cedo para afirmar que o trabalho de manejo regional é a causa dessa redução, porém, é um indicativo de que o trabalho em conjunto está surtindo resultados”, afirma Miranda.
Segundo o citricultor Aprígio Tank Junior, da Agroterenas, a zona de alerta tem sido fundamental para o controle do greening. “É preciso parabenizar a iniciativa de eventos como este que conseguem mobilizar muitos citricultores”, afirmou.
O encontrou teve ainda a palestra do especialista em doenças fúngicas e pesquisador do Fundecitrus, Geraldo José da Silva Júnior, que explicou a retirada do defensivo carbendazim da lista PIC (Produção Integrada dos Citros), após o veto dos Estados Unidos a lotes de suco que apresentaram resíduos do produto.
O pesquisador também explicou quais as alternativas de controle das doenças pinta preta e podridão floral, que eram tratadas com o fungicida.
“Eu tive respondidas todas as minhas questões”, afirmou João Edino Del Antonio, da Estação Experimental de Cambará, do Instituto Agronômico do Paraná. “Vim em busca de conhecimento e fiquei satisfeito”, afirmou.
O evento teve apoio da Bayer e da Cooperativa Holambra. Este ano, estão planejados mais dois eventos com os citricultores de Avaré.