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Encontro discute doenças de citros e importância da citricultura do Noroeste Paulista

Evento realizado em Sud Mennucci reuniu cerca de 300 pessoas, além do Fundecitrus, Defesa Agropecuária, CATI e APTA

O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) participou do Encontro Regional de Citricultura do Noroeste Paulista, na última sexta-feira (31), em Sud Mennucci. O evento voltado a lideranças políticas e agrícolas das regiões de Jales, Fernandópolis, Votuporanga e General Salgado, discutiu sobre os impactos benéficos que a citricultura gera para as economias locais.


O encontro foi organizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio das Coordenadorias de Assistência Técnica Integral (CATI),Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) e Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e reuniu cerca de 300 pessoas, entre produtores, funcionários, engenheiros agrônomos e autoridades.


No Noroeste Paulista, a citricultura tem grande representatividade econômica. A laranja é a exploração com maior área cultivada, com aproximadamente 45 mil hectares, e envolve mais de 2,8 mil propriedades.


Em 2011, segundo levantamento da Secretaria de Agricultura, a produção da região ultrapassou 28 milhões de caixas de 40,8 quilos. Hoje, o desafio para os citricultores é a proteção dos pomares contra as doenças como cancro cítrico, greening e clorose variegada dos citros (CVC), que além de gerar aumento no custo de produção, podem provocar erradicação dos pomares.


O diretor do CATI Jales, Braz Valdir Tomaz, abriu o encontro ressaltando a importância da citricultura na região noroeste do Estado de São Paulo. “A maioria dos produtores aqui são pequenos e destinam seu produto para a mesa”, afirmou.

O gerente técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari, falou sobre a situação sanitária da citricultura regional e ressaltou a incidência de doenças na região, como greening, CVC, cancro cítrico, leprose, pinta preta e podridão floral.


Sobre a CVC, o gerente técnico do Fundecitrus apresentou dados que indicam que a doença está presente em 52,6% das plantas da região. Já o cancro cítrico apresentou aumento elevado nos últimos dois anos. “Em 2009, a região Noroeste Paulista apresentava 0,87% dos talhões contaminados. Em 2011, o número já saltou para 7%”, disse.


Em relação ao greening, Massari afirmou que a região está em vantagem em relação à doença por apresentar índices baixos de incidência. Em 2011, a região registrou 0,17% das plantas infectadas com a doença. Em 2008, o índice era de 0,05%. “Mantenham os índices baixos, pois é a pior doença da citricultura atualmente. Vocês têm o auxílio do Fundecitrus e da CATI, então usem para seguir em frente na luta contra o greening”, afirmou.


Após a apresentação de Massari, o diretor regional do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de Barretos, Paulo Fernando de Brito, falou sobre legislação e ressaltou que o Estado de São Paulo segue a Portaria Federal 291, de 23/07/1997, que prevê quatro métodos de eliminação de plantas com cancro cítrico. “O estado segue o método 1, que é a eliminação de plantas focos e das contidas no raio de 30 metros”, disse.


Brito apresentou dados sobre erradicação provocada por doenças, que somou 3,2 milhões de plantas no primeiro semestre desse ano. Ainda de acordo com o diretor do EDA, os pomares paulistas apresentam 32,30% de plantas com até cinco anos de idade. “É uma grande renovação do parque citrícola”, pontuou.


Em seguida, o prefeito de Sud Mennucci, Celso Torquatto Junqueira Franco, ressaltou a importância de ações conjuntas em defesa da citricultura regional. Na cidade foi criado um programa de erradicação de plantas doentes na zona urbana, em 2011. A iniciativa envolveu o Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de General Salgado, que ficou responsável por identificar as árvores e a prefeitura, por eliminá-las. “A citricultura em Sud Mennucci é responsável por 40% da renda do município, o que equivale a cerca de R$ 5 milhões, além de gerar aproximadamente 400 empregos”, afirmou Franco. Até o momento, 680 plantas foram erradicadas. “Custou ao município apenas R$ 9,8 mil e 160 horas de trabalho. É pouco perante a importância da atividade para nós”.

O coordenador da CATI, José Carlos Rossetti, esteve presente no encontro, representando a secretária estadual de Agricultura, Mônica Bergamaschi e alertou sobre o crescimento do cancro, pior problema sanitário da região. “O cancro cítrico está voltando a atacar essa região. Se não controlarem a doença, a citricultura acabará aqui”, afirmou. 
 

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