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Desafios da citricultura brasileira são temas discutidos pelo Fundecitrus no Congresso Asiático de Citros na Índia

O pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau ministrou, nesse sábado (28), palestra no Congresso Asiático de Citros em Nagpur, na Índia. A palestra abordou o enfrentamento do cancro cítrico, o avanço do greening no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Mineiro e o trabalho realizado pelo Fundecitrus no combate à doença.

No domingo (29), o pesquisador foi moderador de uma sessão técnica e participou, também, de uma mesa redonda sobre tecnologias inovativas e estratégias para aumento da sustentabilidade na produção de citros. “A participação foi importante para interagir com outros pesquisadores, inclusive com aqueles que estão pesquisando sobre uso de reguladores vegetais para redução da queda de frutos em plantas afetadas pelo greening, tema estudado no Fundecitrus. Além disso, foi possível se atualizar sobre os obstáculos da citricultura em outros países e possíveis soluções para enfrentar os desafios da indústria”, comenta o pesquisador.

O evento reuniu 400 participantes de diversos países, como pesquisadores, estudantes, exportadores e citricultores, e o pesquisador do Fundecitrus foi o único representante do Brasil e da América do Sul.

Na segunda-feira (30), Behlau participou de uma visita de campo e conheceu os pomares de citros na região.

O pesquisador conta que o greening está presente na maioria das regiões citrícolas da Índia, e apenas algumas áreas isoladas não tem a doença. “Em Nagpur, a incidência de plantas doentes é praticamente 100% e não há controle do psilídeo. Embora a incidência seja alta, as plantas não são drasticamente afetadas pela doença, elas apresentam sintomas, perda de produção, mas não em níveis observados como em outras regiões”, ressalta.

Behlau também explica que a principal hipótese é que a região de Nagpur é extremamente quente. “As temperaturas no inverno, de 17 °C a 32 °C, são similares as dos períodos quentes no Brasil, enquanto as temperaturas do verão em Nagpur passam dos 40 °C e chegam próximo de 50 °C. E isso corrobora com as variações observadas da doença no estado de São Paulo, com menor incidência em regiões mais quentes,” afirma.

A Índia é conhecida pela diversidade genética de citros e abrange 27 espécies nativas. É o terceiro maior produtor de citros do mundo, contribuindo com 10,76% da área cultivada com citros e 8,84% da produção de citros no mundo. A citricultura abrange aproximadamente 900 mil hectares, a produtividade é baixa e as principais variedades produzidas no país são tangerinas Nagpur e laranjas. Toda produção vai para o mercado, e a média de produtividade é baixa, podendo chegar em torno de 20 a 25 toneladas de frutas por hectare em pomares bem manejados.

O pesquisador foi convidado para o congresso, e todas as despesas foram custeadas pela organização do evento.

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