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Cuidados especiais com a Podridão Floral

Fundecitrus alerta para o controle da podridão floral, que prejudicou muitos citricultores em 2009

Conhecida popularmente como estrelinha, a podridão floral, causada pelo fungo Colletotrichum acutatum, preocupou citricultores de todo o Estado de São Paulo em 2009 devido à ocorrência de chuvas frequentes durante o período de florescimento. Por isso, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) faz um importante alerta: os produtores, principalmente da região sudoeste, precisam estar atentos ao controle da doença, visto que, a doença pode se manifestar apenas pela ocorrência de longos períodos de molhamentos causados por orvalho e neblina, embora a ocorrência das chuvas contribua significativamente para o aumento da severidade doença. 

A doença pode ser manifestada em pétalas e também no pistilo, causando queda dos frutos e formando os sintomas conhecidos por “estrelinhas” em todas as variedades de citros comerciais. Para evitar que a doença se dissemine e gere grandes prejuízos, citricultores precisam estar atentos às ações fitossanitárias de manejo da doença. Como a podridão floral ocorre durante o florescimento, além do controle com fungicidas, todas as práticas que possam antecipar, uniformizar ou reduzir o período de florescimento se tornam importantes, como o manejo de irrigação e da adubação, uso de hormônios e de porta-enxertos que induzem florescimento precoce. 

 
Como o fungo pode sobreviver em ramos, folhas e outros órgãos verdes da planta, os citricultores, especialmente da região sudoeste do Estado – região mais afetada pela doença – devem estar atentos a ocorrência de surtos de florescimento antes da florada principal, pois estas flores podem ser infectadas aumentando a presença do fungo na área. “Para as demais regiões, os produtores devem levar em consideração o histórico da doença na área e as condições climáticas, tendo em vista que as condições favoráveis para a doença não ocorrem todos os anos, dispensando em muitos casos o uso de fungicidas”, explica o pesquisador do Fundecitrus Geraldo José Silva Junior. 

Outro cuidado especial é com as variedades que apresentam florescimento desuniforme como a laranja ‘Pêra’, já que para controlar a doença muitas vezes é preciso realizar um número maior de pulverizações. Nos talhões onde se torna difícil o acesso dos implementos após as chuvas, deve-se ter mais atenção e sempre que possível realizar as pulverizações antes das chuvas como uma medida preventiva. 

“É importante que o produtor avalie o estádio de desenvolvimento das flores de cada talhão e dê preferência para pulverizar os talhões mais críticos e que já estejam com as flores abertas” diz. A recomendação é que ele realize pulverizações com intervalos de 7 dias durante o florescimento em condições favoráveis para a ocorrência da doença. 

Segundo o pesquisador, dos diferentes produtos testados para o controle da doença, os pertencentes aos grupos dos benzimidazóis, estrobirulinas, ftalimidas e triazóis têm apresentado redução significativa da doença, mas em condições muito favoráveis para ocorrência da estrelinha o uso da mistura de alguns produtos desses grupos, como triazóis e estrobirulinas, tem apresentado melhores resultados no controle da doença. Alguns estudos estão em andamento para avaliar o efeito de produtos na redução do inóculo antes do período de florescimento. Trabalhos também estão sendo realizados para adaptar o sistema de previsão da doença para as condições do sudoeste do Estado.

Sintomas da doença
As plantas infectadas com a podridão floral apresentam lesões róseo-alaranjadas nas pétalas e lesões escuras no pistilo (estilete ou estigma). Nessas árvores, os frutos recém-formados têm descoloração e caem rapidamente. Os cálices, por sua vez, ficam aderidos aos ramos por mais de um ano, formando as estruturas conhecidas por estrelinhas.
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