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Controle do greening passou a ser mais eficiente depois que citricultor adotou o manejo mais rigoroso nas bordas

O plantio diferenciado nas bordas e o manejo do greening e do psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor da doença, mais intenso nessas áreas da propriedade tornam o controle mais eficiente (mais informações na notícia). Esse fator foi identificado pelo citricultor Brayan F. M. Palhares, que em 2014, em um pomar de 60 mil plantas, plantou 15 ruas seguindo a divisa da propriedade, nas duas extremidades da área. As linhas, perpendiculares às outras do talhão também têm adensamento maior, com distância entre plantas de 1,7 metros, enquanto o restante do talhão tem 2,5 metros.

“Fazer aplicações no talhão inteiro a cada 15 dias é menos eficiente do que fazer a borda toda semana. Podemos ter custo igual, mas com eficiência melhor. Adensamos para poder arrancar as plantas doentes e repor sem perder a produção. Não estamos buscando economia, embora acreditemos que ela virá quando o pomar for maior. Nosso foco é a eficiência do controle”, ressalta.

 A decisão de mudar a forma de plantio veio depois de muita conversa com o agrônomo da propriedade e com representantes do Fundecitrus, além da constatação feita por pesquisas e pela própria experiência do citricultor de que as infecções são causadas por psilídeos que vêm de fora da propriedade. “Em todos os nossos talhões, a borda é a mais afetada pelo HLB, principalmente porque temos muitos vizinhos que deixaram de cuidar nesses anos de crise”, diz Palhares. A intenção do citricultor é manter a bordadura como barreira, arrancando todas as plantas doentes dentro e repondo na mesma semana, até quando o pomar tiver cinco anos. “Após esse período, as plantas estarão grandes e cobrirão as mudas”, explica o citricultor. No interior do pomar a estratégia é fazer a reposição enquanto o pomar for produtivo.

O plantio da borda diferenciada ajuda na logística do controle. “Como adotamos uma pulverização mais intensa na bordadura, ter ela plantada em sentido paralelo à divisa facilita na hora de virar o pulverizador e saber onde devem ser feitas as aplicações”, diz. A rigidez do controle realmente é muito grande nas propriedades de Palhares. A pulverização da borda é feita semanalmente, durante o ano inteiro. Já no interior do talhão, o controle é feito a cada 14 dias na época das chuvas, quando há muitas brotações, e 21 dias no período de seca. “Também fazemos pulverização sempre que o Fundecitrus emite o Alerta Fitossanitário na região”, ressalta Palhares.

O índice geral de HLB nas áreas é de 3% e mesmo nos talhões muito afetados, a área da borda sempre tem mais plantas doentes do que o interior do pomar. Ainda é prematuro para avaliar os efeitos do plantio de borda diferenciado, na opinião de Palhares, mas ele aposta que o manejo feito com planejamento desde a formação dos pomares pode ser a maneira de controlar o HLB e para isso é preciso ter visão e buscar conhecimento. “A laranja é como a Bolsa de Valores”, compara Palhares. “Tem que entender muito do negócio e estar consciente de que mesmo fazendo um bom trabalho corre-se um grande risco se algo der errado”, afirma. Além de blindar o interior do pomar contra os psilídeos, o citricultor atua do lado de fora da propriedade e procura garantir que os pomares vizinhos estejam pulverizados antes de serem arrancados. “É uma medida fundamental, mesmo que você tenha que fazer. Perdemos 4 mil plantas de um talhão de 27 mil porque o vizinho arrancou sem pulverizar”, conta. Recentemente Palhares arcou com os custos da pulverização de três vizinhos que erradicaram.