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Controle do ácaro da leprose pode ser feito com menor volume de calda acaricida

O controle do ácaro da leprose pode ser feito com volume de calda acaricida de 100 mL/m³ de copa, sem a necessidade de correção da dose do produto. A nova recomendação para o manejo da doença baseia-se nos resultados obtidos em duas pesquisas realizadas no Mestrado Profissional em Controle de Doenças e Pragas dos Citros – MasterCitrus, do Fundecitrus, de 2014 a 2017. O pesquisador do Fundecitrus e orientador dos projetos, Renato Bassanezi, afirma que os citricultores podem adotar a mudança com segurança, sem perda de eficiência. “O volume de calda acaricida de 100 mL/m³ foi testado em quatro experimentos, em diferentes anos, regiões e em pomares adultos com difícil controle da leprose, demonstrando efetividade e proporcionando economia”, diz.

A leprose é uma das principais doenças da citricultura e atinge, principalmente, laranjeiras doces. Provocada por um vírus transmitido pelo ácaro Brevipalpus phoenicis, pode causar perdas de produção e redução da vida útil da árvore debilitada.

Testes em SP: pomares com histórico da doença

A primeira pesquisa foi conduzida pelos engenheiros agrônomos Rodrigo Salvador e Archimedes Nishida para avaliar cobertura (porcentagem da área coberta pelas gotas pulverizadas), deposição (quantidade do produto retida nas folhas das plantas) e período de controle proporcionados por diferentes volumes de calda acaricida. No experimento 1, em laranjas Pera Rio com idades de nove a 13 anos, em Guaraci (SP), foram testados volumes de calda, para dois acaricidas, de 100, 200 e 242 mL/m³ (nas doses comerciais recomendadas pelos fabricantes) e 100 mL/m³ (com correção da dose para a mesma quantidade aplicada no tratamento com 200 mL/m³). Verificou-se que a deposição dos volumes de calda de 100 e 200 mL/m³ foi igual – sendo 100 o ponto teórico de escorrimento – e que a cobertura foi similar para todos os tratamentos. Independente do volume utilizado, o período de controle do ácaro da leprose foi o mesmo.

No experimento 2, em pomar de Pera Rio de oito anos, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), foram testados volumes de calda de 65, 100, 200, 442 mL/m³ (com acaricida na dose recomendada em bula) e 65 e 100 mL/m³ (com correções das doses de quatro e duas vezes as utilizadas no volume de 100 mL/m³, respectivamente). Observou-se que, com o aumento do volume de calda, a deposição e a cobertura na superfície foliar foram crescentes, porém os volumes de 65 mL/m³ com a dose corrigida e volumes iguais ou maiores que 100 ml/ m³ proporcionaram o mesmo período de controle.

Experimentos em MG: condições climáticas favoráveis

A segunda pesquisa foi feita pelo engenheiro agrônomo Carlos Eduardo Sichieri para avaliar cobertura e deposição da calda, mortalidade e período de controle do ácaro. O experimento 3 foi realizado em Prata (MG), em pomar de Pera Rio de seis anos, e o experimento 4, em Comendador Gomes (MG), em laranjeiras Rubi de cinco anos. Os volumes de calda acaricida utilizados foram de 100, 140 e 180 mL/m³. Como resultado, a deposição e a cobertura dos tratamentos foram similares, bem como o período de controle do ácaro no campo, apresentando também, em frutos destacados e avaliados em laboratório, eficiência de mortalidade acima de 95%.

Economia e maior rendimento operacional

Dentre os benefícios da redução do volume de calda acaricida estão a elevada economia de água, produto, diesel e mão de obra e o aumento do rendimento operacional, possibilitando ao citricultor tratar sua área em menos tempo. Ao pulverizar com 100 mL/m³, é necessário garantir cobertura mínima de 40% no interior da planta, então são recomendadas gotas finas com diâmetro mediano volumétrico (DMV) entre 100 e 200 μm e velocidade de até 3 km/h.