Meu fundecitrus

Comunicação

Controle biológico mais eficiente

Novo protocolo para liberação da Tamarixia radiata considera a disposição das árvores para favorecer o parasitismo

Apesar do conhecimento das técnicas para produção em massa e da grande quantidade de vespinhas Tamarixia radiata produzida no Brasil para o controle das ninfas do psilídeo, a soltura era até então baseada em um protocolo desenvolvido no México que consiste na liberação de 100 vespinhas por ponto, em quatro pontos (distanciados a cada 100 metros) de um hectare, iniciando e terminando a soltura nas bordas do talhão.

Para adequar esse protocolo às condições do Brasil, um experimento foi realizado em um pomar em Itapetininga (SP), em uma pesquisa do mestrado do Fundecitrus, o MasterCitrus.

Foi avaliada a liberação de cinco quantidades diferentes de vespinhas: 200, 400, 800, 1.600 e 3.200 por hectare. Para cada uma delas, foram colocadas mudas de laranjeiras infestadas com 35 ninfas de psilídeo dispostas em círculos, com raios distantes 7,5, 15, 22,5 e 30 metros do ponto de soltura, localizado no centro de cada círculo.

Após dois dias, as ninfas presentes nas mudas mais distantes dos pontos de soltura (22,5 e 30 m) não foram parasitadas, independentemente da quantidade de vespinhas, o que indica que elas não percorrem essas distâncias.

Já em relação às quantidades de 800, 1.600 e 3.200 vespinhas/ha e distâncias de 7,5 e 15 m do ponto de liberação, o parasitismo foi crescente à medida que se aumentou a quantidade de vespinhas liberadas, mas decrescente conforme se distanciou do ponto de soltura: para o raio de 15m, 35% das ninfas foram parasitadas com a liberação de 226 vespinhas por ponto (3.200 parasitoides/ha). Mas, o maior controle de ninfas (aproximadamente 75%) ocorreu com a liberação de 57 vespinhas a cada 7,5 metros (3.200 parasitoides/ha).

Novo protocolo

A partir dos resultados, foi criado um novo protocolo para a liberação de Tamarixia radiata: 56 pontos, com 57 vespinhas/ponto, por hectare em pomares abandonados. Deve-se considerar também que as vespinhas abrangem um raio de 7,5 m, o que equivale a uma distância somada de 15 m entre os pontos de liberação.

Já em áreas urbanas, como chácaras e quintais, deve-se verificar a disposição das plantas de citros e/ou murta. Se estiverem aglomeradas a uma distância de até 7,5 m, deve-se liberar 57 vespinhas na planta central. Se estiverem mais espaçadas, deve-se liberar 57 vespinhas por árvore.

Novos experimentos serão realizados nas demais regiões do cinturão citrícola para otimizar ainda mais as liberações. Contudo, o novo protocolo já está sendo adotado pelo Fundecitrus e por outras unidades produtoras.

 

Haroldo Xavier Linhares Volpe, professor e pesquisador do Fundecitrus (orientador)

Denis Rogério Marin, aluno MasterCitrus/administrador agrícola da Citrosuco Agroindústria S.A.

Wellington Ivo Eduardo, pós-doutorando do Fundecitrus

Marcelo Pedreira de Miranda, professor e pesquisador do Fundecitrus

Alexandre José Ferreira Diniz, pós-doutorando da Esalq/USP

Odimar Zanuzo Zanardi, professor do Instituto Federal de Santa Catarina - campus São Miguel do Oeste (IFSC-SMO)

Arthur Fernando Tomaseto, engenheiro agrônomo do Fundecitrus

José Roberto Postali Parra, professor e pesquisador da Esalq/USP (coorientador)

 

Laboratório de Controle Biológico

O Laboratório de Controle Biológico do Fundecitrus tem capacidade para criar até 100 mil T. radiata por mês. Ele é apoiado pela Bayer CropScience como parte da parceria firmada entre as instituições com o objetivo de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias sustentáveis.