Com aumento de 58%, região de Brotas tem maior incidência de greening de SP e MG
Início das chuvas exige que citricultores intensifiquem controle do inseto transmissor da doença para evitar novas contaminações
A região de Brotas tem a maior incidência de greening do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, a principal área produtora de citros do Brasil. De acordo com levantamento feito em 2018 pelo Fundecitrus - Fundo de Defesa da Citricultura, a doença afeta 58,16% das laranjeiras, crescimento de 58% em relação ao ano passado, quando 36,80% das plantas eram sintomáticas – a atual incidência é considerada severa.
O greening é a pior doença da citricultura. Ele não tem cura e compromete a produção devido à queda precoce dos frutos, que não se desenvolvem normalmente e ficam com sabor mais ácido. As plantas doentes devem ser erradicadas.
O índice de greening em Brotas está também muito acima da incidência média verificada em todo o parque citrícola, que é de 18,15%. O principal motivo para o aumento da doença foi a alta população do psilídeo, inseto transmissor da doença, registrada em 2017, que foi beneficiada pelo período prolongado de chuvas – as chuvas estimularam o surgimento de brotos, e o inseto prefere as brotações para se alimentar e se reproduzir.
Período crítico
O período entre o final de inverno e o início do verão é considerado crítico para o controle do psilídeo, pois a população do inseto aumenta favorecida pelo início das chuvas intensas. Além disso, as chuvas removem os inseticidas e reduzem a eficácia dos produtos. Dessa forma, os citricultores devem intensificar o manejo do psilídeo em seus pomares para evitar a disseminação da doença.
“O manejo precisa ser bem feito durante todo o ano, mas nesse momento é imprescindível que seja mais frequente para proteger os pomares de novas contaminações”, afirma o pesquisador do Fundecitrus Silvio Lopes.