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Citricultores realizam pulverizações conjuntas para combater o greening em São Paulo

Ação de grupos de Ibitinga e Santa Cruz do Rio Pardo busca diminuir as populações do Diaphorina citri, inseto vetor da doença

Na luta contra o greening, produtores de diversas regiões do Estado de São Paulo estão se organizando em grupos para realizar o manejo da doença. Aproveitando o inverno, período de dormência das plantas, os citricultores de Santa Cruz do Rio Pardo e Ibitinga realizarão pulverizações em conjuntas, na primeira semana de agosto, com o objetivo de diminuir as populações do inseto vetor do greening, o pslídeo Diaphorina citri.
             
“É uma medida importante para evitar picos populacionais do inseto no período de brotação”, explica Juliano Ayres, gerente do Departamento Científico do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
            
A ação deve facilitar as atividades seguintes no período de brotações, quando naturalmente as populações do inseto tendem a aumentar, pois o psilídeo prefere se alimentar de brotos ou ramos novos.
            
A pulverização de dormência tem se tornado uma prática em outros países. “Os Estados Unidos, que também sofrem com a presença do greening, estão recomendando esse tipo de aplicação”, destaca Ayres.
            
Em 2010, o Fundecitrus comprovou, por meio de pesquisa, que o manejo realizado em conjunto por vários citricultores é mais eficaz contra o greening, podendo reduzir em até 15 vezes os níveis de incidência da doença. Desde então, a instituição apoia e dá suporte à formação de grupos regionais.
            
A prática vem dando bons resultados no campo. Segundo Márcio Augusto Soares, engenheiro agrônomo da Agroterenas S.A. Citrus, o grupo de Santa Cruz do Rio Pardo já realizou, esse ano, três pulverizações bem-sucedidas. “Após as aplicações, notamos que as populações do inseto caem drasticamente, chegando a zero em algumas propriedades”, afirma.
            
Soares afirma que citricultores de outras regiões, como Avaré e Matão, estão se mobilizando e buscam referências na experiência do grupo. “Nossa meta é trabalhar de maneira integrada, realizando pulverizações na mesma data e evitando a migração do inseto de uma região para a outra”, diz.

Considerada a doença mais séria da atualidade na citricultura, o greening exige cuidados específicos. O manejo é baseado na identificação e eliminação de plantas doentes, controle do inseto vetor e uso de mudas sadias. Uma vez que o psilídeo se alimenta de uma planta contaminada, ele transmite, até o final de sua vida, a bactéria do greening para as demais árvores.
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