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Cinturão citrícola de SP e MG produzirá 388,89 milhões de caixas de laranja na safra 2019/20

Divulgado hoje (10/5), número da estimativa é 36% superior ao da safra passada; produtividade de 1.051 caixas por hectare é a maior da história da citricultura brasileira

 

O cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro produzirá 388,89 milhões de caixas de laranja na temporada 2019/20, de acordo com a Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, divulgada na manhã de hoje (10/5) no auditório da instituição, em Araraquara (SP). O volume é 36% superior ao da safra passada e 21% maior do que a média dos últimos dez anos. Desse total, 27, 21 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro.

A produção de laranjas inclui 76,97 milhões de caixas são das variedades Hamlin, Westin e Rubi; 19,75 milhões de caixas são das variedades Valência Americana, Seleta e Pineapple; 116,20 milhões de caixas são da variedade Pera Rio; 128,30 milhões de caixas são das variedades Valência e Valência Folha Murcha; e 47,67 milhões de caixas são da variedade Natal.

O vice-presidente do Fundecitrus, Roberto Hugo Jank Junior, destacou a redução da área plantada e o recorde de produtividade. “Pela primeira vez, o parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais ocupa menos de 400 mil hectares [o tamanho atual é de 395,76 mil hectares]. E, pela primeira vez, o parque vai produzir mais de 1.050 caixas por hectare [são 1.051 caixas por hectare]”, disse.

Segundo o coordenador metodológico da PES, o professor da USP e da FGV e conselheiro da Markestrat Marcos Fava Neves, nenhuma cultura do Brasil conseguiu elevar a produção utilizando menos área. “Vocês [setor citrícola] fizeram essa agenda. Essa eficiência vai na direção da sustentabilidade”, comentou.

Em média, cada uma das 173,97 milhões de árvores produtivas do cinturão de SP e MG renderá 783 frutos – ou 3,01 caixas de laranja por árvore, uma vez que serão necessários 260 frutos para compor uma caixa de 40,8 kg.

Para o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, esses números expressivos decorrem principalmente das condições climáticas favoráveis. “Após a estiagem nos meses de abril a julho, quando choveu praticamente um terço da média para esse período [1981-2010], as chuvas de agosto nos setores Centro, Sul e Sudoeste e de setembro nos setores Norte e Noroeste trouxeram o florescimento para a safra. E no pós-florescimento, as temperaturas amenas, além das chuvas de verão, que preservaram a disponibilidade hídrica, favoreceram o bom pegamento dos frutos e a fixação dos frutos jovens”, explica.

Em sua apresentação no evento, Ayres disse que a citricultura paulista e mineira iniciou uma revolução há 20 anos. “O clima é uma questão conjuntural, pontual. A produtividade tem de ser avaliada de forma estrutural. Ela resulta de uma série de fatores, como os viveiros protegidos, o preparo do solo e os tratos culturais, especialmente nutrição e irrigação, os estudos das melhores regiões para o plantio, a densidade dos pomares e a adequação das combinações de porta-enxertos e o controle da CVC [clorose variegada dos citros] e do greening”, analisou. “Aqui, menos de 20% das árvores têm greening [18,15%]. Lá na Flórida [EUA], mais de 90% das plantas têm a doença”, disse.

O departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA, da sigla em inglês), divulgou hoje mais uma reestimativa da safra 2018/19. O segundo maior parque citrícola do mundo no cultivo de laranja para a indústria de suco produziu 72,4 milhões de caixas, 5% a menos do que indicava o documento publicado em abril.

Indagado sobre o impacto do tamanho da safra de São Paulo e Minas Gerais para o mercado global, Marcos Fava Neves disse que o número final, de 388,89 milhões de caixas, é grande, mas que isso não deve ser entendido necessariamente como uma preocupação. “Na minha opinião, o volume é absorvível”, afirmou. “Embora não exista nada dizendo que o consumo internacional vai aumentar, o estoque das indústrias divulgado recentemente pela CitrusBR é relativamente baixo, em torno de 200 mil toneladas de suco”, argumentou. “E devemos considerar também que o mercado interno de suco 100% fresco envasado representou o processamento de 22 milhões de caixas de laranja em 2018, que foi um ano de crise. O suco de laranja vem se nacionalizando”, completou.

A Pesquisa de Estimativa de Safra e o Inventário de Árvores são desenvolvidos pelo Fundecitrus, em cooperação com a Markestrat, com a  Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) e com a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita” (Unesp).

O sumário executivo com mais informações está disponível no site: www.fundecitrus.com.br

 

 

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