Câmara Setorial da Citricultura elenca principais resultados da cadeia produtiva dos últimos anos e desafios estratégicos para 2023
No início de 2022, o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, foi reeleito para a presidência da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Citricultura, bem como o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, para a consultoria técnica.
A Câmara, órgão consultivo do Ministério da Agricultura, foi oficialmente criada em 2005 e reúne representantes de todos os estados produtores de citros, com o objetivo de propor, apoiar e acompanhar ações para o desenvolvimento das atividades da cadeia produtiva.
Com as eleições de outubro deste ano e a transição para o novo governo, foram elencadas as principais conquistas e resultados alcançados pela Cadeia Produtiva nos últimos quatro anos, além de dois desafios estratégicos para 2023.
DESTAQUES:
- Priorização de pragas e doenças da citricultura: a bactéria causadora do HLB (Candidatus Liberibacter asiaticus), seu inseto vetor (Diaphorina citri), a bactéria causadora do cancro cítrico (Xanthomonas citri) e o ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis) foram inseridos na lista de “Hierarquização de pragas de maior risco fitossanitário do Brasil”, com objetivo de priorização de análises de processos de registro de produtos e tecnologias para uso na agricultura visando a sanidade dos vegetais.
- Nova legislação para HLB: a publicação da Portaria 317, nova legislação de regulamenta o enfretamento do HLB no Brasil, representou um avanço no combate à doença dentro e fora de pomares comerciais de citros em todo país.
- Novos bactericidas para higienização de frutos: a regulamentação de novos ingredientes ativos bactericidas (ácido peracético, dióxido de cloro e oxicloreto de cálcio), como alternativas ao hipoclorito de sódio para descontaminação frutos em pós-colheita contra a bactéria causadora do cancro cítrico, permitiu a flexibilização das opções de produtos usados nos sistemas de produção de citros de mesa.
- Revisão da Instrução Normativa do cancro cítrico: a publicação de nova instrução normativa (IN21) que regulamenta o controle do cancro cítrico no país permitiu ajustar a legislação às necessidades dos produtores de citros de mesa respeitando os critérios de defesa fitossanitária estabelecidos pelo MAPA.
DESAFIOS:
- Combate ao HLB: o HLB é a doença mais devastadora da citricultura mundial, pois tem inviabilizado o cultivo dos citros em diversos países. No Brasil, apesar de importantes avanços e esforços, a doença continua a avançar, de forma a colocar em risco também a nossa citricultura. Nesse sentido, considera-se como desafio primordial a busca por medidas de controle e a prevenção da expansão da doença em território brasileiro. Para isso, devem ser implementadas e fortalecidas estratégias de incentivo a pesquisa por meio de fomento a projetos nesse tema e o suporte a execução contínua de planos de contingência em áreas onde o HLB não está presente.
- Manutenção e incentivo a mercados: manter mercados e expandir as oportunidades comerciais em alinhamento com a defesa fitossanitária, viabilidade econômica e promoção da sustentabilidade representa um grande desafio à citricultura brasileira dedicada tanto a produção de fruta de mesa como de suco. A manutenção do comércio com a união europeia e abertura de novos mercados como os EUA para a lima ácida Tahiti comercializada in natura, bem como a revisão da taxação de impostos e o incentivo ao consumo de suco de laranja estão estre as principais pautas neste âmbito.