Meu fundecitrus

Comunicação

Busca por produtos para mitigação dos danos causados pelo greening é tema do Fundecitrus Podcast

A edição 29 do Fundecitrus Podcast, que foi ao ar na primeira quinzena de dezembro, contou com a participação dos pesquisadores do Fundecitrus Renato Bassanezi e Franklin Behlau, que falaram sobre testes realizados para identificação de produtos que possam auxiliar na recuperação de plantas com greening e na manutenção de sua produção.

Durante a entrevista, Renato Bassanezi explicou em que situação é permitida a existência de plantas doentes no pomar. “É preciso lembrar que, por lei, a manutenção de plantas doentes só é permitida após o oitavo ano de plantio e somente se o controle rigoroso do psilídeo for mantido. É comum que o produtor tenha uma certa resistência em eliminar uma planta doente que ainda produz. Infelizmente ainda não temos a cura para o greening”, comentou.

O pesquisador também reforçou sobre os impactos na produção. “É importante que o produtor entenda que uma planta doente nunca vai produzir como uma planta sadia, independentemente do produto aplicado. Além disso, ao manter plantas doentes, o produtor se torna totalmente dependente da eficácia do inseticida para impedir que o psilídeo adquira a bactéria e/ou se desenvolva nas plantas afetadas e não dissemine a bactéria dentro do seu pomar e de pomares vizinhos”, afirmou.

Ao falar sobre produtos que poderiam mitigar os danos, Renato explica que o Fundecitrus já faz esse tipo de pesquisa desde 2010. “Nós avaliamos mais de 20 tipos de tratamentos com vários produtos e apenas observamos como vantagem a correção de algumas deficiências de nutrientes induzidas pelo greening, como por exemplo a deficiência de zinco e manganês, deixando a planta mais verde. No entanto, o mosqueado nas folhas, que é um sintoma típico da doença, não desaparece. A queda de frutos também não desaparece. Em algumas situações, há uma melhora aparente da planta, mas não uma melhora de produção que justifique o custo da adoção de uma medida adicional além de uma equilibrada adubação convencional”, reforçou.

Franklin Behlau acompanha o cenário da citricultura na Flórida, nos Estados Unidos e afirma que, por lá, várias alternativas também já foram testadas. “A Flórida hoje se tornou um grande laboratório para a citricultura mundial, a doença chegou lá em 2005 e rapidamente atingiu quase que a totalidade das plantas em 2013. Eles vêm avaliando medidas alternativas, como termoterapia, podas, e até mesmo o uso de antibióticos vem sendo avaliados há alguns anos. Agora, mais recentemente, alguns produtos começaram a surtir algum efeito promissor, como a injeção do antibiótico oxitetraciclina, e a pulverização de alguns reguladores vegetais”, explicou o pesquisador.

Dentre os produtos testados, Franklin afirma que a oxitetraciclina tem apresentado alguns resultados interessantes, mas com alguma limitação. “Esta é uma substância que, quando injetada no tronco das plantas, é capaz de reduzir o número de bactérias, de melhorar o aspecto geral das plantas e reduzir a queda prematura de frutas. No entanto, os resultados não são consistentes e tudo ainda está incipiente. Os estudos estão começando e as aplicações foram feitas há pouco tempo. Por enquanto, sabemos que há uma melhora, mas o tratamento não leva a planta às condições nem próximas a de uma planta saudável”, comentou Franklin.

Behlau também comentou que estudos estão em andamento com esse antibiótico e que o próximo passo é o início das avaliações no campo. Além disso, o Fundecitrus tem estudado os reguladores vegetais giberelina e auxina, além de outras substâncias.

Todo produto em potencial deve ser investigado com cautela e critério pelos produtores, quantificando os benefícios e os custos associados. “Para ajudar os citricultores, elaboramos um guia, que em breve será divulgado, com orientações básicas de como o produtor pode realizar as avaliações e obter conclusões assertivas sobre a eficácia dos produtos disponíveis no mercado”, complementou Renato.

Renato Bassanezi comentou ainda que todos gostariam de contar com um produto que curasse ou recuperasse uma planta com greening, mas que isso ainda não é possível. “Almejamos uma solução, um remédio, o mundo inteiro está buscando essa alternativa até que a gente desenvolva uma variedade resistente. O Fundecitrus está atento a tudo que está acontecendo no mundo da citricultura, buscando e avaliando as alternativas em potencial”, declarou.

A conversa completa você encontra no Fundecitrus Podcast, disponível no nosso canal do YouTube e nas principais plataformas de áudio. Acesse e ouça!

Tags: