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Alta população de psilídeos exige que citricultores adotem controle mais rigoroso

Após 2020 apresentar os maiores índices de captura do psilídeo já registrados pelo Alerta Fitossanitário, a população do vetor do greening segue muito acima da média no cinturão citrícola – em janeiro de 2021, o número de capturas foi 272% maior do que em janeiro de 2020; na primeira quinzena de fevereiro, 313% maior. As condições climáticas extremamente favoráveis para alimentação, reprodução e dispersão do inseto ajudam a explicar o cenário. Outro fator pode ser a diminuição, devido à pandemia, do rigor do manejo, tanto interno quanto externo.

Diante da dificuldade de controle, pesquisas do Fundecitrus indicam a necessidade de aumentar a frequência das aplicações para interromper o desenvolvimento do psilídeo dentro das fazendas. “Longos intervalos de aplicação [iguais ou superiores a 14 dias] durante o período de chuvas e brotação permitem que os insetos que não foram atingidos pelos defensivos consigam colocar ovos e que estes, que não são controlados pelos inseticidas, eclodam. Por isso citricultores estão encontrando ninfas do psilídeo em seus pomares”, explica o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Miranda. “A recomendação é que os produtores realizem aplicações semanais durante o fluxo vegetativo, para que o ciclo de vida do psilídeo seja interrompido”, diz.

Adotar um controle mais rigoroso nesse momento é fundamental para evitar o aumento da incidência de greening no futuro. “Além da frequência, é necessário garantir a qualidade das aplicações por meio de produtos com maior residual, volume adequado e rotação de grupos químicos”, recomenda Miranda.

 

 

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ATUAIS DIFICULTAM O CONTROLE DO PSILÍDEO:

- Chuvas estimulam brotações, utilizadas para alimentação e reprodução do psilídeo

- Chuvas frequentes reduzem a cobertura ou eliminam os produtos utilizados para o controle

- Com umidade e temperatura altas, o broto cresce em média 1 centímetro por dia e fica rapidamente desprotegido

- Altas temperaturas aceleram o ciclo de reprodução do psilídeo e, junto com o vento, facilitam sua dispersão

 

QUAIS AS RECOMENDAÇÕES?

- Reduzir o intervalo entre as aplicações para interromper o ciclo de vida do psilídeo dentro do pomar durante o fluxo vegetativo

- Utilizar produtos de maior residual e realizar a rotação dos grupos químicos – consulte o Guia de Controle do Fundecitrus

- Adotar volume de calda igual ou superior a 40 ml/m³ e regular adequadamente os equipamentos – consulte o SPIF (Sistema de Pulverização Integrado do Fundecitrus)

- Reaplicar os produtos nas áreas de maior risco se chover logo após a aplicação

- Intensificar o manejo externo para reduzir a migração de insetos vindos de áreas sem controle

- Utilizar medidas alternativas que podem reduzir a população do psilídeo (caulim processado 2% e óleo mineral 1%) - acesse a revista Citricultor nº 54 para saber mais sobre o caulim processado