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Bicho-furão

Bicho-furão

A mariposa Gymnandrosoma aurantianum, conhecida como bicho-furão, afeta diretamente os frutos, provocando seu apodrecimento e queda e deixando-os inviáveis tanto para o consumo in natura quanto para a indústria de suco.

As maiores perdas ocorrem em regiões mais quentes, próximas a matas, locais de manejo inadequado e em áreas onde há atraso ou deficiências na colheita.

A praga foi relatada na Argentina, Costa Rica, Trinidad Tobago e no Brasil, onde é conhecida desde 1915. A partir da década de 90, tornou-se uma das principais pragas da citricultura. Na época, as perdas atingiram de uma a duas caixas por plantas.

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Para o controle do bicho-furão podem ser utilizados inseticidas químicos, biológicos ou reguladores de crescimento de insetos. Qualquer método de controle escolhido deve ser realizado ao entardecer, a partir das 17 horas, horário em que a praga acasala e oviposita.

As pulverizações devem ocorrer somente nos talhões que atingirem o nível de controle. O uso de produtos biológicos é indicado para infestações baixas, enquanto os químicos são recomendados para baixas e altas infestações. Saiba como fazer:

Controle biológico
A pulverização deve ser feita por cobertura em toda a planta, em um período de sete a oito dias após se atingir o nível de controle. O objetivo é esperar a postura e fazer o controle antes que a lagarta penetre no fruto.

Os inseticidas biológicos, à base de Bacillus thuringiensis, são eficientes por até 60 dias. A primeira aplicação deve ser feita logo que constatada a existência de mais de seis machos por armadilha. A segunda aplicação é feita entre 20 e 30 dias depois. Esses inseticidas agem por mais tempo quando misturados com óleo vegetal ou mineral. 

Controle fisiológico
Os produtos fisiológicos interferem na troca e na formação quitina ("pele") dos insetos, inibindo ou acelerando seu crescimento. Têm efeito por até 30 dias.

Estes produtos são mais seletivos em relação aos inimigos naturais do bicho-furão, preservando aranhas, formigas, ácaros e outros predadores.

Controle químico
Inseticidas químicos de largo espectro de ação podem ser usados nos focos iniciais da praga. Durante dois a três dias após a pulverização, as lagartas podem se contaminar em contato com o defensivo.

Se a escolha for pelo controle de insetos adultos, é recomendável realizar a pulverização tão logo seja atingido o nível de controle. Antes da aplicação dos defensivos, solicite a orientação de um agrônomo para conhecer as doses corretas, garantir a seletividade aos inimigos naturais e usar equipamentos adequados de proteção.

Cuidados adicionais
Além das aplicações de inseticidas, o citricultor deve tomar alguns cuidados adicionais para controlar o bicho-furão. Um deles é a coleta e destruição dos frutos atacados para interromper o ciclo de vida do inseto. 

Além dos frutos que caem no chão, é muito importante retirar os que ficam nas árvores. Os frutos caídos, na maioria das vezes, já não possuem a lagarta, que desce ao solo para passar à fase seguinte de seu ciclo, a de pupa.

Para interromper esse ciclo, os frutos atacados devem ser enterrados, colocando sobre eles uma camada de pelo menos 30 cm de terra para evitar que as lagartas sobrevivam e voltem à superfície, recomeçando o ciclo.

Outra forma de se reduzir a população do inseto é realizar a colheita o mais rapidamente possível. A mariposa do bicho-furão costuma migrar de talhões com frutos maduros para outros com frutos em fase inicial de maturação. Isso acontece principalmente em pomares que têm mais de uma variedade de citros.

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